Açúcar encerra 3ª feira com altas de quase 2% em NY, acima de 21 cents/lb
Os contratos futuros do açúcar encerraram a sessão desta terça-feira (28) com alta expressiva nas bolsas de Nova York e Londres. O suporte vem de um financeiro mais tranquilo, além de atenção para as informações sobre a safra da Índia.
Apesar disso, ajustes de baixa no mercado não estão descartados, segundo Maurício Muruci, analista da Safras
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York subiu 1,82%, cotado a 21,31 cents/lb, com máxima em 21,45 cents/lb e mínima de 20,96 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve alta de 2,10% no dia, a US$ 616,20 a tonelada.
"O açúcar e outros derivativos vêm precificando a redução do clima de aversão ao risco", explica Muruci. Nos últimos dias, o sistema bancário internacional ficou em alerta com problemas em instituições dos Estados Unidos e Europa.
O dia foi de alta moderada para o petróleo, além de queda do dólar sobre o real, o que também impacta para o mercado.
Dos fundamentos, o analista explica que boatos nesta terça-feira rondaram o mercado internacional de um superávit de açúcar menor que o esperado. "Mas, na verdade, apenas um grande player internacional acusa quebra de safra", ressalta Muruci.
Maharashtra, principal estado produtor de açúcar da Índia, produzirá menos adoçante nesta temporada do que o estimado antes.
"As usinas estão fechando em ritmo acelerado. Quase todas as usinas fecharão até o final deste mês. Apenas algumas estarão operando na primeira semana de abril", disse à Reuters o comissário do açúcar do estado, Shekhar Gaikwad.
Apesar da alta recente do adoçante, Maurício Muruci não descarta queda nos preços, seja por correção, ou mesmo com a maior repercussão de fatores baixistas aos preços, como a chegada da safra 2023/24 do Centro-Sul do Brasil, que será positiva.
"O mercado está passível de correções. Ele até pode subir mais, mas o difícil será ele se sustentar nesse nível de cotação por muito tempo. Esse é o problema... Esse ganho que a gente tá vendo agora é o último suspiro de preço", afirma Muruci.
"Quem está no mercado, esse é um ótimo momento de fixar", finaliza o analista.
MERCADO INTERNO
A liquidez no mercado spot segue baixa. Os preços oscilam em cerca de R$ 130 a saca. Segundo informações do Cepea, compradores estão trabalhando com o açúcar em estoque e recebendo cristal pré-negociado. Quanto às usinas, não estão fechando novas negociações para entrega imediata, uma vez que a safra 2023/24 está para começar.
Leia mais:
+ Açúcar/Cepea: Indicador segue estável; liquidez é baixa
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi negociado a R$ 131,32 a saca de 50 kg e queda de 0,24%.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 144,70 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 23,79 c/lb e valorização de 0,48%.