Açúcar recua mais de 1% em NY nesta 4ª e volta a se distanciar de 20 cents/lb
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta quarta-feira (15) com queda expressiva na Bolsa de Nova York e moderada em Londres. A pressão no adoçante acompanhou o financeiro, além de um natural movimento de realização de lucros.
Nos fundamentos, há pressão adicional que vem da safra do Centro-Sul do Brasil.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu no dia 1,40%, a 19,72 cents/lb, com máxima em 19,90 cents/lb e mínima de 19,61 cents/lb. Na Bolsa de Londres, o primeiro contrato teve baixa de 0,65%, a US$ 566,00 a tonelada.
O mercado do açúcar acompanhou nesta quarta-feira as informações do financeiro, além de um movimento natural de realização de lucros. O petróleo caía no exterior depois de dados de estoques do óleo bruto nos Estados Unidos terem avançado.
As usinas do Centro-Sul do Brasil produzem açúcar ou etanol, dependendo do que for mais rentável. O petróleo impacta diretamente nos preços da gasolina, combustível fóssil que pode ser substituído nos postos do país pelo biocombustível derivado da cana.
Ainda no financeiro, a alta do dólar sobre o real contribuiu para a pressão do adoçante nas bolsas. Uma moeda estrangeira mais valorizada do que o real tende a encorajar as exportações das commodities, mas pesa sobre os preços externos.
Nos fundamentos, a queda acompanha as expectativas positivas com a safra 2023/24 do Centro-Sul, a principal região produtora do Brasil, o que contribui para uma pressão no mercado do adoçante. Chuvas volumosas têm sido registradas na região nos últimos dias.
A Raízen, maior empresa do setor de açúcar e etanol do Brasil, disse em conferência de resultados nesta quarta que projeta elevar a moagem de cana para cerca de 80 milhões de toneladas na safra 2023/24.
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Nas origens asiáticas, há otimismo com a Tailândia, mas preocupações com a safra da Índia.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar têm avançado no mercado spot. Pesquisadores do Cepea indicam que a sustentação vem da oferta restrita do Icumsa até 180 e da demanda um pouco mais aquecida.
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi negociado a R$ 134,04 a saca de 50 kg e alta de 0,70%.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 141,31 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 22,81 c/lb e alta de 1,72%.