Açúcar: Petróleo cai forte e pressiona cotações em NY e Londres nesta 4ª feira
As cotações futuras do açúcar caíram nas bolsas de Nova York e Londres nesta quarta-feira (28). O mercado teve pressão do petróleo, além das expectativas positivas com a safra do Centro-Sul do Brasil ressaltadas na véspera pela Conab.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 0,79% no dia, cotado a 20,16 cents/lb, com máxima de 20,49 cents/lb e mínima de 20,10 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve baixa de 2,87%, a US$ 555,70 a tonelada.
O mercado do adoçante acompanhou as perdas expressivas do petróleo no dia em meio aos temores com a demanda, já que a Covid-19 é persistente na China e os hospitais em um dos maiores consumidores do mundo estão lotados, segundo a Reuters.
"Mesmo depois que a China diminua as restrições do Covid, é difícil para a demanda se recuperar em pouco tempo devido ao rápido declínio das atividades ao ar livre das pessoas devido à infecção maciça", disse à agência Leon Li, analista da CMC Markets.
Além disso, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que trouxe na véspera uma estimativa de produção na safra 2022/23 de 598,3 milhões de toneladas, um crescimento de 4,4% ante o levantamento anterior e também do ciclo passado.
"O acréscimo foi motivado por ajustes na área colhida e produtividade obtida, principalmente no estado de São Paulo", disse a entidade na divulgação desta terça. Além disso, o mercado também acompanha as informações sobre a safra asiática.
A consultoria Datagro estimou na véspera que a safra 2023/24 de cana do Centro-Sul deve subir para 590 milhões de toneladas.
Por outro lado, também é acompanhada a Índia. "Os comerciantes disseram que as perspectivas para a produção de açúcar da Índia continuam sendo um foco importante, com algumas conversas sobre possíveis revisões para baixo após relatos de um declínio acentuado nos rendimentos em Maharashtra", disse a Reuters.
O mercado do adoçante também sentiu alguma pressão técnica no dia diante das máximas de quase seis anos da semana passada.
MERCADO INTERNO
Com pouca safra ainda a ser negociada, os preços do açúcar seguem em alta, próximos de R$ 140 a saca. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve queda de 2,77%, negociado a R$ 136,69 a saca de 50 kg.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 137,55 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 21,77 c/lb e queda de 3,06%.