Açúcar cai mais de 3% nesta 3ª em NY com câmbio e dados do BR, mas mantém 20 cents/lb
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta terça-feira (27) com queda expressiva na Bolsa de Nova York. O mercado retomou as negociações depois das festividades de Natal seguindo o câmbio, além da recente estimativa de safra da Conab.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 3,15% no dia, cotado a 20,32 cents/lb, com máxima de 20,99 cents/lb e mínima de 20,23 cents/lb. O terminal de Londres ainda seguirá fechado nesta terça-feira.
Depois de atingir o nível mais alto desde fevereiro de 2017 na última sexta-feira em Nova York, o mercado do açúcar retomou os negócios nesta terça em baixa. A pressão seguiu ajustes técnicos, mas também câmbio e informações dos fundamentos do mercado.
"Os negociantes citaram uma correção técnica no mercado de açúcar após um grande aumento nas posições compradas dos especuladores recentemente", destacou a agência de notícias Reuters.
Apesar de se manter ao redor de 20 cents/lb nesta terça, os preços também acompanharam negativamente a valorização do dólar sobre o real. Uma moeda estrangeira mais alta tende a encorajar as exportações das commodities e pressiona o mercado.
Apesar disso, o petróleo testava máximas de duas semanas e limitava as perdas do adoçante. O mercado do óleo acompanha o relaxamento das restrições da Covid-19 na China. Esses afrouxamentos elevam as expectativas sobre a demanda no país.
Nos fundamentos, a atenção no dia foi para a divulgação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que trouxe uma estimativa de produção na safra 2022/23 de 598,3 milhões de toneladas, um crescimento de 4,4% ante o levantamento anterior.
A maior moagem deve dar suporte para a produção de açúcar e etanol na safra atual.
"O acréscimo foi motivado por ajustes na área colhida e produtividade obtida, principalmente no estado de São Paulo", disse a entidade na divulgação desta terça. Além disso, o mercado também acompanha as informações sobre a safra asiática.
O setor sucroenergético também teve sinalizações em relação à tributação dos combustíveis no próximo ano, já que as usinas têm a opção de produção do açúcar ou do etanol, um biocombustível substitutivo da gasolina nas bombas.
"O Brasil deve estender a isenção de impostos federais para combustíveis em janeiro, à medida que o novo governo assume e avalia as perspectivas de longo prazo para os preços dos combustíveis", afirmou a agência.
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MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar no disponível seguem em cerca de R$ 140 a saca, próximo dos patamares do início do ano, período de entressafra. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve queda de 0,75%, negociado a R$ 140,59 a saca de 50 kg.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 137,55 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 22,46 c/lb - sem variação.