Açúcar: Após ampla oscilação nesta 6ª, NY e Londres encerram sessão com forte queda; no BR, saca chega a R$ 135
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta sexta-feira (25) com desvalorização nas bolsas de Nova York e Londres, após ampla oscilação. A pressão acompanhou o financeiro no dia, mas asexpectativas de safra considerável no Brasil e na Índia seguem no radar.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 1,13% no dia, cotado a 19,33 cents/lb, com máxima de 19,83 cents/lb e mínima de 19,28 cents/lb. Já no terminal de Londres, o primeiro contrato teve baixa de 1,74%, a US$ 529,70 a tonelada.
No acumulado da semana, os preços do adoçante no terminal norte-americano perderam mais de 2,50%.
A Bolsa de Nova York retomou as negociações nesta sexta, após feriado do Dia de Ação de Graças, com perdas expressivas, após ampla oscilação durante toda a sessão. O mercado acompanhou as oscilações do financeiro no dia, principalmente o petróleo e o câmbio.
"Os preços mais fracos do petróleo prejudicam os preços do etanol e podem levar as usinas de açúcar do Brasil a direcionar mais a moagem de cana para a produção de açúcar em vez de etanol, aumentando assim a oferta", disse o Barchart.
Já o dólar subia sobre o real, o que tende a encorajar as exportações das commodities e pesa sobre as commodities.
Nos fundamentos, o principal elemento de pressão ao adoçante foi a divulgação na véspera da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). A produção de açúcar na primeira metade de novembro no Centro-Sul totalizou 1,67 milhão de toneladas, uma alta de 162,19%.
No acumulado desde o início da safra 2022/2023, a fabricação do adoçante totaliza 31,97 milhões de toneladas, frente às 31,87 milhões de toneladas do ciclo anterior (+0,29%).
Além disso, segundo reportagem da Reuters, a Associação Indiana de Usinas de Açúcar (ISMA) disse que é provável que a Índia permita mais 2 a 4 milhões de toneladas de exportações de açúcar na temporada 2022/23, o que elevaria as exportações para 10 milhões de toneladas pelo país.
Porém, como fator de suporte, a trading inglesa Czarnikow, por exemplo, cortou na véspera sua previsão de superávit global de açúcar para a atual temporada 2022/23 para 2 milhões de toneladas, ante 3,6 milhões de t previstas anteriormente.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar seguem negociados acima de R$ 130 a saca em meio demanda aquecida e produção escassa neste momento da safra.
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve alta de 0,94%, negociado a R$ 135,70 a saca de 50 kg.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 144,14 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 21,31 c/lb - estável.