Açúcar recua nesta 6ª em NY e Londres com financeiro e expectativa positiva das origens
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta sexta-feira (28) com queda nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado segue sentindo pressão das informações das origens produtoras, além do financeiro nesta reta final de semana.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve queda de 0,73%, cotado a 17,58 cents/lb, com máxima de 17,73 cents/lb e mínima de 17,55 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato caiu 0,31% no dia, a US$ 515,60 a tonelada.
Na semana, o principal contrato no terminal norte-americano caiu mais de 3%.
As expectativas sobre a próxima safra de cana-de-açúcar do Centro-Sul do Brasil foram elevadas nos últimos dias e pesam sobre os preços externos do adoçante, apesar de alguns impactos das precipitações na moagem nas últimas quinzenas.
A consultoria Datagro, por exemplo, prevê a produção do maior produtor do açúcar no mundo, o Brasil, pode crescer para 38,5 milhões de toneladas no próximo ciclo com melhores condições climáticas, ante as atuais 33,2 milhões de toneladas.
Além disso, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) trouxe neste início de semana que a produção de açúcar nos primeiros 15 dias de outubro totalizou 1,83 milhão de toneladas, um salto anual de 59,10%, o também pesa aos preços.
Além disso, a Índia, segundo maior exportador de açúcar do mundo, prevê que a produção em 2022/23 (outubro-setembro) aumentará 2%, para 36,5 milhões de toneladas, com alta de 5% na área cultivada de cana-de-açúcar.
"A perspectiva de um superávit global na atual temporada 2022/23 continua mantendo o mercado na defensiva, embora as ofertas de curto prazo permaneçam apertadas", destacou a agência de notícias Reuters.
O financeiro negativo também contribuiu para as perdas do adoçante nas bolsas externas. O petróleo caía nesta tarde quase 2% e impactava sobre todos os produtos de energia. Além disso, o dólar subia sobre o real, o que tende a encorajar as exportações.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar oscilam entre ganhos e perdas no mercado físico. A alta prevaleceu nos últimos dias com demanda mais aquecida e menor oferta do produto.
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve alta de 0,40%, negociado a R$ 128,66 a saca de 50 kg.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 144,29 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 19,18 c/lb e desvalorização de 0,81%.