Açúcar: Indicador Cepea finaliza 2021 em recorde na série histórica, acima de R$ 157/sc
Acompanhando a quebra da safra 2021/22 de cana-de-açúcar no Centro-Sul, principal região produtora do Brasil, o indicador do açúcar cristal registrou recordes seguidos de preço durante o último ano na série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).
No dia 16 de dezembro, o Índice Cepea/Esalq do adoçante do tipo cristal bateu o último recorde nominal para a série do centro, cotado a R$ 157,43 a saca de 50 quilos.
"O clima continuou desfavorável ao longo do ano, com tempo seco na maior parte de 2021 e geadas em meados de julho. Diante disso, a queda na produção de açúcar se confirmou com o avanço da moagem em SP, limitando a disponibilidade do produto no mercado spot", disse o centro.
Durante parte da safra 2021/22, entre abril a dezembro (até 23 de dezembro), o índice ficou em uma média de R$ 132,55/saca, 19,63% acima do mesmo período do ano passado (R$ 110,8/saca) - os valores foram deflacionados pelo IGP-DI.
"A média do índice ficou estável apenas de junho a julho/21, quando as vendas envolveram grandes volumes e algumas usinas foram flexíveis, baixando os preços, por questões de logística e armazenamento. A partir de agosto, porém, o Índice Cepea/Esalq voltou a subir, o que continuou a ser verificado até o final do ano", complementou.
A quebra na safra 2021/22 de cana, inclusive, fez com que a moagem terminasse bem antes do que o normal, elevando o período de entressafra. "Em alguns casos, as usinas paulistas precisaram comprar açúcar para cumprir contratos nacionais e internacionais", disse o Cepea em nota quinzenal.
De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a safra 2021/22 de cana-de-açúcar do Centro-Sul do Brasil deve ser finalizada com a menor moagem das últimas 10 temporadas, em 525 milhões de toneladas. Esse volume representaria uma queda de mais de 13% da temporada anterior.
“No âmbito da oferta, a lavoura foi impactada pelas geadas e pela seca histórica. Apesar dessa condição, o setor se mostrou resiliente e está conseguindo atender de forma satisfatória a demanda por biocombustível”, destaca o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.
A Organização Internacional do Açúcar (OIC) estima um déficit de 2,02 milhões de toneladas na safra global 2020/21, encerrada em setembro de 2021. Na próxima temporada mundial (2021/22), iniciada em outubro de 3021, a previsão é de um déficit de 2,55 milhões de t.