Oferta de cana do CS subiria a cerca de 560 mi t em 22/23; área cairia 2%, diz Unica
Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) – A oferta de cana do centro-sul do Brasil poderia aumentar para algo próximo de 560 milhões de toneladas em 2022/23 (abril/março) após a fraca safra de 2021/22, avaliou nesta quinta-feira o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, ressaltando que qualquer número neste momento é prematuro.
Ele indicou a possibilidade de um crescimento de mais de 6% na produção de cana ante 2021/22 considerando um aumento projetado de 8,5% na produtividade agrícola, mas também diante de uma expectativa de redução na área plantada de 2%.
“Muito prematuro para definir um número, haverá recuperação da produtividade agrícola, temos que aguardar imagens de satélite que vamos ter provavelmente em março, e ver se haverá ou não incremento na reforma de canavial no período de janeiro a março”, afirmou ele a jornalistas.
Além do maior índice de reforma de canaviais, que pode impactar a área de colheita, algumas informações indicam competição de área entre cana e grãos, como soja e milho.
Ele destacou que os números nacionais já apontam redução de cerca de 2% na área plantada de cana este ano, algo que pode se repetir em 2022.
“A expectativa é de que possa haver nova redução da área de colheita perto do patamar de 2%. Se tiver incremento da produtividade de 8,5% e redução da área de colheita de 2%, vai ter incremento da oferta de cana na casa de 6%. Se imaginar 525 (milhões de tonelada da safra atual) e botar mais 6%, estamos falando mais 30 milhões (de toneladas). Então o número vai ficar próximo de 560 milhões de toneladas”, disse Padua.
Ele acrescentou que o aumento de oferta de cana em 2022/23 deve resultar em crescimento na mesma proporção da produção de açúcar e etanol, uma vez que o cenário de mercado para os dois produtos é favorável.
Padua comentou que preços do açúcar no próximo ano não serão inferiores aos deste ano, considerando o ritmo de fixações de vendas antecipadas do Brasil.
“A tendência é que tenhamos bons preços para 2022/23”, disse.