Açúcar: Temores com oferta em 22/23 dão suporte para altas de mais de 2%
As cotações futuras do açúcar encerraram esta quarta-feira (17) com alta de mais de 2% nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado repercutiu preocupações com a safra 2022/23 do Centro-Sul do Brasil que até então tinha melhores expectativas.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York subiu 2,15%, a US$ 20,42 c/lb, com máxima de 20,51 c/lb e mínima de 19,96 c/lb. Já em Londres, o tipo branco teve valorização de 2,14%, a US$ 524,70 a tonelada.
O mercado do adoçante voltou às máximas de mais de um mês nesta sessão em Nova York, estendendo os ganhos da véspera, depois que o Rabobank reportou informações sobre a nova temporada do país, antes com expectativas positivas.
A temporada 2021/22 está praticamente finalizada no Centro-Sul.
"O Rabobank disse que o Brasil deverá enfrentar uma escassez de cana no próximo ano, o que limitará sua capacidade de aumentar as exportações", destacou o site internacional Barchart. Além disso, a safra tem impactos no desenvolvimento.
A consultoria Itaú BBA aponta que a safra 2022/23 do Centro-Sul tem melhores expectativas de produtividade diante de um clima mais favorável ao desenvolvimento das plantações, mas que ainda deve carregar os impactos de 2021.
"Neste momento as estimativas de bons volumes de precipitação para os próximos meses indicam recuperação do canavial para a safra vindoura, porém ainda carregando parte dos impactos climáticos de 2021", destacou.
No financeiro, o dia é marcado por desvalorização nos preços do petróleo em meio aos temores com o excesso de oferta e aumento de casos de Covid-19 na Europa, inclusive com novos isolamentos sendo impostos em alguns países do continente.
Além disso, no internacional, segundo a Reuters, os revendedores observaram que a temporada de açúcar na Índia teve um início forte, com o lado positivo continuando sendo limitado pelo potencial de uma recuperação nas exportações do país Sul asiático.
MERCADO INTERNO
O indicador Cepea do açúcar segue oscilando acima dos R$ 150 a saca, ainda em meio oferta limitada na safra e movimentos da demanda.
"Alguns agentes de usinas paulistas estiveram mais flexíveis nas ofertas nesse período, em especial quando os negócios envolviam quantidades mais expressivas do adoçante", disse o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, caiu 0,78%, negociado a R$ 154,52 a saca de 50 kg.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou estável, a R$ 150,32 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 20,41 c/lb e alta de 1,29%.