Dia de Campo apresenta resultados da cana resistente à broca e ao glifosato

Publicado em 20/09/2021 11:33

A Embrapa Agroenergia promoverá no dia 23 de setembro, a partir das 14h, em sua sede localizada em Brasília – DF, o 2º Encontro InovAR – Diálogos de Inovação Tecnologia, desta vez em formato de Dia de Campo presencial, seguindo todos os protocolos de segurança, para demonstrar os resultados obtidos com a cana-de-açúcar geneticamente modificada resistente à broca e ao herbicida glifosato. Confirmaram presença no Dia de Campo as empresas Tereos, COFCO, RIDESA, IAC, CTC, NovAg Agrícola e Adecoagro, além de unidades da Embrapa que trabalham com o tema. 

A cultivar BRS3280BtRR foi desenvolvida em parceria com a PangeiaBiotech e apoio da Embrapii e do Sabrae. A variedade foi testada em casa-de-vegetação e em campo experimental da Embrapa por quatro anos e comprovou resistência à aplicação de pelo menos quatro vezes a dosagem comercial do herbicida e à intensa infestação com larvas da broca-da-cana.

A tecnologia utilizada foi a inserção, no DNA da planta, de dois genes de resistência com modos de ação diferentes para ampliar a proteção da cana contra a broca (Diatraea saccharalis), doença que causa prejuízos da ordem de R$5 bilhões a cada safra e está presente em todas as áreas de cultivo no Brasil. Com isso, a planta passou a expressar duas proteínas bioinseticidas em toda a sua extensão, se tornando tóxica para insetos suscetíveis, porém inócuas para organismos benéficos.  Já a tolerância ao herbicida glifosato foi obtida com a introdução do gene epsps, que confere resistência ao herbicida glifosato, uma vantagem “extra” agregada à tecnologia para facilitar o manejo de plantas daninhas no campo. 

O pesquisador da Embrapa Agroenergia Hugo Molinari, líder da pesquisa, explica que a dupla transgenia dificulta a quebra da resistência, otimizando o controle da broca-da-cana feito por via química ou biológica. 

“Os benefícios da nova tecnologia incluem, além da proteção do cultivo, economia no custo de aplicação de inseticidas e herbicidas, maior eficiência do controle e menor número de operações agrícolas”, explica o cientistas líder da PangeiaBiotech, Paulo De Lucca. O resultado final é o que deseja todo produtor: diminuição do custo de produção por tonelada e aumento da produtividade. 

A cana BtRR está sendo avaliada para uma Liberação Planejada no Meio Ambiente (LPMA), autorizada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) no Pólo Experimental da Embrapa Agroenergia, em Brasília – DF. Ainda em 2021, o ensaio será ampliado para quatro novas áreas também autorizadas pela CTNBio.

Tecnologia NIR para Cana

O Dia de Campo INOVAR também irá apresentar a tecnologia NIR portátil para avaliação rápida de parâmetros relacionados à produtividade da cana, desenvolvida pela empresa Spectral Solutions. Da sigla em inglês Near-Infrared Specstroscopy (NIR), a tecnologia permite uma análise de fenotipagem química rápida da cana-de-açúcar e a obtenção de informações como Pol, Brix, Fibra, pagamento de cana por teor de sacarose (PCTS), entre outros. Os resultados podem auxiliar os produtores a prever qual será a produtividade de forma instantânea, em menos de um minuto.  

A PangeiaBiotech

A startup PangeiaBiotech Pesquisa e Desenvolvimento Ltda. é uma empresa que surgiu no parque tecnológico da Universidade Estadual de Campinhas – Unicamp. Desde 2015, presta serviço em transformação genética em cana com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a FAPESP. Foi fundada pelo agrônomo Paulo Cezar de Lucca, com experiência em transformação de plantas desde 1998 e 13 anos de atuação em grandes empresas privadas. A Pangeia já produziu para pesquisadores de universidades, empresas públicas e privadas mais de 170 tipos de cana geneticamente modificadas. 

Parcerias com a Embrapa Agroenergia 

A Embrapa Agroenergia e a PangeiaBiotech buscam por empresas parceiras para colocar a nova variedade de cana BtRR no mercado. Os pesquisadores procuram interessados no licenciamento da tecnologia para inserção do ativo em variedades comerciais já existentes, ou para o codesenvolvimento para as etapas de desregulamentação do evento transgênico, que inclui a realização de ensaios de biossegurança para organismos geneticamente modificados, etapa obrigatória antes do lançamento comercial da variedade. Saiba como fazer parceria na página da Unidade.

Fonte: Embrapa

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