Com disparada do petróleo, açúcar salta mais de 3% em NY e Londres nesta 4ª
Altas de mais de 3% foram registradas na finalização dos trabalhos desta quarta-feira (15) nas bolsas de Nova York e Londres para as cotações do açúcar. O suporte principal veio do petróleo, além de acompanhamento da safra brasileira e dos EUA.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou valorização de 3,05%, cotado a US$ 20,26 c/lb, com máxima de 20,37 c/lb e mínima de 19,68 c/lb. Em Londres, o tipo branco registrou alta de 3,06%, negociado a US$ 514,50 a tonelada.
Os futuros do petróleo subiam cerca de 3% nas bolsas internacionais nesta tarde de quarta depois de queda maior do que a esperada nos estoques dos EUA e expectativas de retomada da demanda pelo óleo e seus derivados com a vacinação contra a Covid-19 pelo mundo.
"O impacto do furacão Ida foi muito maior do que muitos esperavam e a produção na região do Golfo do México pode ter dificuldades para retornar até que a tempestade tropical Nicholas termine de punir a região com chuvas torrenciais", disse Edward Moya, analista sênior da OANDA.
O óleo mais alto impacta no preço da gasolina e tende a favorecer uma migração das usinas ao etanol, que fica mais competitivo, reduzindo a oferta de açúcar.
Nos fundamentos, o mercado seguia atento para a quebra na safra 2021/22 do Centro-Sul do Brasil, que será mais curta. Além disso, a passagem do Ida impactou lavouras de cana-de-açúcar no segundo maior estado produtor dos EUA, a Louisiana, com reflexos em cerca de 47,75 mil hectares.
Os pesquisadores veem um prejuízo de US$ 59 milhões para o setor açucareiro do estado com as perdas no campo e de produção de açúcar.
"O potencial de produção reduzido do Brasil ainda está impactando o mercado, mas o dólar americano mais forte torna o açúcar mais caro em termos de moeda local...", disse em relatório o analista da Price Futures Group, Jack Scoville.
Por outro lado, as expectativas para a temporada 2022/23 do Centro-Sul do Brasil parecem ficar mais positivas. A CovrigAnalytics vê a produção da nova temporada em 34,17 milhões de toneladas, acima das atuais cerca de 33 milhões de t.
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MERCADO INTERNO
A baixa disponibilidade de açúcar e recuperação da demanda segue dando suporte ao açúcar. Como referência, na véspera, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, subiu 0,31%, a R$ 142,61 a saca de 50 kg.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar recuou 16,62%, a R$ 112,50 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB cotado a US$ 19,13 c/lb e baixa de 0,11%.