Açúcar recua nesta 3ª em NY e Londres com realização de lucros e peso do financeiro
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta terça-feira (31) com perdas moderadas a expressivas nas bolsas de Nova York e Londres. O dia foi marcado por movimento de realização de lucros ante a véspera, financeiro, além de atenções para a próxima safra.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve desvalorização de 1,88%, cotado a US$ 19,84 c/lb, com máxima de 20,30 c/lb e mínima de 19,73 c/lb. Em Londres, o tipo branco recuou 0,84%, negociado a US$ 483,30 a tonelada.
O dia foi marcado por correção sobre os preços do açúcar desde as primeiras horas nas bolsas internacionais com um movimento de realização de lucros, após alta em Nova York na véspera. Além disso, houve pressão adicional do financeiro.
O petróleo recuava nas bolsas internacionais também em meio movimentações técnicas e atenção para uma reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) agendada para amanhã (1º), podendo elevar a oferta do óleo no cenário internacional.
Por outro lado, o dólar se desvalorizava sobre o real, o que tende a desencorajar exportações e dar suporte aos preços.
Nos fundamentos, o mercado também acompanha as movimentações da demanda. "Os temores de que a Covid esteja voltando e poderia reduzir a atividade econômica e a demanda seguiram", disse em relatório Jack Scoville, analista da Price Futures Group.
A próxima safra de açúcar do Brasil também está no radar dos investidores, com potencial de maior produção do Centro-Sul que na atual em meio perspectiva nos mapas climáticos de condição mais favorável para o desenvolvimento da safra.
“Quando nós olhamos os mapas de clima para os próximos dois meses, ou seja, até outubro, nós vemos uma possibilidade de retomada das chuvas no Centro-Sul”, disse Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado.
MERCADO INTERNO
Em meio safra menor no Centro-Sul, os preços internos do açúcar seguem em alta. Nos últimos dias, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP) verificou aquecimento da demanda no país, contribuindo para a elevação.
"De maneira geral, as três pontas compradoras têm estado mais ativas no spot paulista no encerramento de agosto: as indústrias, os empacotadores e os atacadistas, o que elevou significativamente a liquidez", disse.
Como referência, na véspera, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve queda de 0,61%, a saca de 50 kg cotada a R$ 136,34.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou estável, a R$ 135,50 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB cotado a US$ 20,26 c/lb - estável.