Com geadas e frio de décadas no BR, açúcar fecha sessão com alta de quase 2% nesta 3ª em NY
Os futuros do açúcar avançaram expressivamente nesta terça-feira (20) nas bolsas de Nova York e Londres. O suporte no dia acompanhou o registro de geadas em áreas do Centro-Sul nesta madrugada, além de um financeiro positivo.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou valorização de 1,99%, cotado a US$ 17,41 c/lb, com máxima de 17,53 c/lb e mínima de 17,20 c/lb. O tipo branco em Londres teve valorização de 1,24%, negociado a US$ 449,30 a tonelada.
Depois de perdas expressivas na véspera, o mercado do açúcar voltou a subir nesta sessão com o pior frio em cerca de duas décadas na principal região produtora do Brasil depois de uma safra já impactada pela seca nos últimos meses.
"Essa é a quarta geada registrada na região neste ano e foi a mais severa. Ainda não fazemos ideia de como a soqueira [rebrota] da cana vai reagir com essa condição", disse Paulo Junqueira Neto, presidente do Sindicato Rural de Ribeirão Preto.
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Apesar de registro de geadas, os possíveis danos podem aparecer apenas depois de alguns dias. “A Somar Meteorologia disse hoje que o frio deve continuar até amanhã, mantendo as safras de cana-de-açúcar em risco”, reportou o site de commodities Barchart.
No financeiro, o dia também foi mais positivo. O petróleo registrava nesta tarde de terça alta moderada, contribuindo para os ganhos nos terminais do açúcar. Além disso, o dólar comercial registrava queda sobre o real, o que desencoraja os embarques.
Acompanhando a seca e o frio no Brasil, a Wilmar International atualizou nesta terça-feira à Bloomberg suas estimativas para a safra 2021/22, que deve cair quase 100 milhões de toneladas em relação ao ano anterior, para 510 milhões de t de cana.
"Nunca vimos tais condições de safra, com um déficit recorde de chuvas mês após mês", disse por e-mail à agência Karim Salamon, chefe de análise de mercado de açúcar da trading, com sede em Singapura.
Mercado interno
O índice de referência do mercado físico voltou a reagir na véspera. O Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve valorização de 1,19%, com a saca de 50 kg cotado a R$ 116,89.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 132,65 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB cotado do tipo a US$ 17,80 c/lb com alta de 2,40%.