Com geadas e frio de décadas no BR, açúcar fecha sessão com alta de quase 2% nesta 3ª em NY

Publicado em 20/07/2021 14:47
Depois de preocupações com seca, safra 2021/22 é impactada por sequência de geadas no Centro-Sul

Os futuros do açúcar avançaram expressivamente nesta terça-feira (20) nas bolsas de Nova York e Londres. O suporte no dia acompanhou o registro de geadas em áreas do Centro-Sul nesta madrugada, além de um financeiro positivo.

O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou valorização de 1,99%, cotado a US$ 17,41 c/lb, com máxima de 17,53 c/lb e mínima de 17,20 c/lb. O tipo branco em Londres teve valorização de 1,24%, negociado a US$ 449,30 a tonelada.

Depois de perdas expressivas na véspera, o mercado do açúcar voltou a subir nesta sessão com o pior frio em cerca de duas décadas na principal região produtora do Brasil depois de uma safra já impactada pela seca nos últimos meses.

"Essa é a quarta geada registrada na região neste ano e foi a mais severa. Ainda não fazemos ideia de como a soqueira [rebrota] da cana vai reagir com essa condição", disse Paulo Junqueira Neto, presidente do Sindicato Rural de Ribeirão Preto.

Wilmar International atualizou estimativa de moagem de cana com queda de 100 mi de t

Apesar de registro de geadas, os possíveis danos podem aparecer apenas depois de alguns dias. “A Somar Meteorologia disse hoje que o frio deve continuar até amanhã, mantendo as safras de cana-de-açúcar em risco”, reportou o site de commodities Barchart.

No financeiro, o dia também foi mais positivo. O petróleo registrava nesta tarde de terça alta moderada, contribuindo para os ganhos nos terminais do açúcar. Além disso, o dólar comercial registrava queda sobre o real, o que desencoraja os embarques.

Acompanhando a seca e o frio no Brasil, a Wilmar International atualizou nesta terça-feira à Bloomberg suas estimativas para a safra 2021/22, que deve cair quase 100 milhões de toneladas em relação ao ano anterior, para 510 milhões de t de cana.

"Nunca vimos tais condições de safra, com um déficit recorde de chuvas mês após mês", disse por e-mail à agência Karim Salamon, chefe de análise de mercado de açúcar da trading, com sede em Singapura.

Mercado interno

O índice de referência do mercado físico voltou a reagir na véspera. O Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve valorização de 1,19%, com a saca de 50 kg cotado a R$ 116,89.

No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 132,65 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB cotado do tipo a US$ 17,80 c/lb com alta de 2,40%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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