Clima seco no Brasil dá suporte para altas de mais de 1% em NY e Londres
Os contratos futuros do açúcar operam com altas expressivas nesta tarde de terça-feira (25) nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado internacional estende os ganhos da sessão anterior com foco no clima seco no Brasil e atenção ao financeiro.
Às 12h (horário de Brasília), o principal vencimento do açúcar bruto tinha valorização de 1,25%, cotado a US$ 17,04 c/lb na Bolsa de Nova York. Enquanto o tipo branco em Londres registrava ganhos de 1,31%, a US$ 455,30 a tonelada.
"Os revendedores disseram que as preocupações com o clima seco no Brasil continuam dando suporte, embora sejam esperadas chuvas muito necessárias nos próximos dias", destacou a Reuters Internacional em referência ao avanço dos preços.
Em São Paulo, maior estado produtor do Brasil, a irregularidade climática pode gerar quebra de até 7% na produção de cana ante a temporada anterior, segundo Maria Christina Pacheco, presidente do o Consecana-SP (Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo) e produtora na região de Capivari (SP).
"Em temos de estado de São Paulo, se fala de uma quebra em torno de 5% a 7%, em média, sendo que tem regiões onde a queda é muito maior. Na nossa região de Capivari (SP), alguns produtores veem perdas de safra de 20% ou mais nas suas propriedades porque a chuva é muito irregular”, explica Maria Christina.
“Temos regiões que nunca viram uma seca tão drástica. No meu caso, ela se parece com a seca de 2014, quando nós tivemos uma quebra média de 25%”, complementa a presidente do Consecana.
No financeiro, o mercado também encontra suporte nas variações positivas do petróleo neste início de tarde, além de uma leve valorização do real sobre o dólar, o que tende a desencorajar as exportações de commodities do Brasil, mas dá suporte aos preços.
Por outro lado, segundo a Reuters, há limitação para o açúcar no mercado internacional "pelas expectativas de que os bloqueios na Índia para conter a disseminação da Covid-19 provavelmente reduzirão a demanda por açúcar no maior consumidor mundial".