Certificação Halal atesta excelência na produção do açúcar

Publicado em 13/05/2021 09:31
Selo faz parte das diretrizes islâmicas e apenas produtos que estejam dentro dos padrões são importados

No idioma árabe, a palavra Halal significa lícito, autorizado. Os selos com esta nomenclatura seguem os requisitos determinados pela Lei Islâmica (Shariah), que controla rigorosamente todos os processos dos produtos adquiridos, armazenados e comercializados no mercado muçulmano, para que, entre outras diretrizes, que não haja substancias tóxicas.

A certificação Halal, reconhecida pela jurisdição islâmica, é composta de padrões que envolvem cada etapa da indústria, desde a matéria-prima. O objetivo é garantir a qualidade do produto e a origem responsável, além de promover uma produção mais sustentável e sem qualquer substância que seja prejudicial à saúde. O país islâmico com maior população é a Indonésia com mais de 270 milhões de habitantes, seguido por Paquistão, Bangladesh, Turquia, Irã e Egito. O Brasil é o maior produtor e exportador de açúcar do mundo, com mais de 50% da participação global, sendo que a commodity é a 4ª mais comercializada pelo país. Somente no primeiro trimestre de 2021, foram quase 6 milhões de toneladas exportadas para outros países, sendo que os estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais foram os maiores produtores, totalizando 81,6% do mercado interno.

Neste mesmo período, os mercados árabe e asiático foram um dos que mais importaram o produto brasileiro. Somando apenas Bangladesh (10%), Indonésia (9,5%) e Argélia (8,3%), estes países compraram cerca de US﹩ 510 milhões em açúcar. A Indonésia, que é composta quase totalmente pela população mulçumana, só consome produtos com certificação Halal.

A Usina Jacarezinho, associada da Copersucar e localizada no interior do Paraná desde 1945, é uma das poucas que possui a certificação Halal em todo o país. Dentro das especificações está a preocupação com uma produção cada vez mais sustentável, que busque mitigar danos ao meio ambiente.

Em entrevista ao Copercast , Eduardo Lambiasi, Diretor corporativo do Grupo Maringá, que controla a usina Jacarezinho, ressaltou a importância do selo. "Essa certificação, além do produto que é beneficiado por ela, trouxe muitos ajustes na nossa estrutura. Tudo isso, colaborou para a melhoria dos processos de uma forma geral na Organização. O produto Halal precisa ser um bem que não afete a saúde humana e que introduza as boas práticas de fabricação em seus processos fabris".

Para manter esses padrões, não apenas na produção do açúcar, mas também do etanol, a usina mantém a conservação do solo - com rotação de cultura, planejamento conservacionista para cada ambiente de produção, cobertura vegetal e plantio. Além disso, a usina também desenvolve estudo e futuro projetos para a plena utilização da palha de cana-de-açúcar e implementação de biogás, a partir da torta de filtro e vinhaça como gerador de energia para os caminhões, colheitadeiras e parte da eletrificação da usina.


"A sustentabilidade tem que vir de toda a cadeia. E é importante para nós também, independentemente de exigências pontuais, que esses processos sejam cada vez mais fomentados em nossa atividade", completa Lambiasi.

Além da certificação Halal, a usina Jacarezinho também exporta, por exemplo, etanol para o mercado norte americano e para o japonês, atingindo mercados com práticas sustentáveis e que exigem certificação com rastreabilidade da origem da Cana-de-açúcar, que não venha de áreas de desmatamento e de pastagem.

Para conferir a entrevista completa de Eduardo Lambiasi, Diretor Corporativo do Grupo Maringá - que controla a Usina Jacarézinho, basta acessar a plataforma de áudio da Copersucar no Spotify ou no Google Podcasts . A entrevista publicada está disponível para os ouvintes escutarem quando e onde quiserem. O CoperCast, canal de comunicação da Copersucar, traz especialistas para discutir os assuntos com embasamento acadêmico, em episódios breves e fácil entendimento para todos.

Fonte: Copersucar

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