Prêmio do etanol anidro sobre o hidratado foi recorde em 2020/21 no Centro-Sul do Brasil
O prêmio spot do etanol anidro sobre o hidratado registrou recorde de 14,3% na média para o Centro-Sul do Brasil durante a safra 2020/21, finalizada em 31 de março, segundo a S&P Global Platts, fornecedora de informações sobre energia e commodities.
A S&P levanta os prêmios do etanol hidratado e anidro desde a safra 2014/15, com isenção de impostos. O maior prêmio registrado na série histórica foi de 26,8% nos três primeiros dias da safra 2020/21 e o menor de 4,2%, registrado em 10 de março.
"Com o preço spot do hidratado historicamente apresentando uma volatilidade maior do que o anidro, os primeiros impactos da fraca demanda de combustível devido ao início da pandemia do coronavírus no Brasil e a queda dos preços internacionais do petróleo foram refletidos nos preços do hidratado, ou E100", disse a S&P.
O etanol hidratado nas usinas de Ribeirão Preto, na primeira quinzena de março de 2020, registrava média de R$ 2.440/m³ e na segunda quinzena R$ 1.875/m3, uma queda de 23% no período. A avaliação do etanol anidro nas usinas de Ribeirão Preto caiu 14,3% no mesmo período.
Centro-Sul - Prêmio médio do anidro sobre o spot hidratado (excluindo taxas) - S&P Global Platts
A S&P pontua que o suporte ao prêmio do anidro acompanhou o comportamento de consumidores do Brasil em 2020, com preferência pela gasolina. O consumo de hidratado em todo o Brasil foi de 19,26 bilhões de litros no último ano, uma queda anual de 14,6%. A gasolina registrou 35,8 bilhões de l, queda de 6%.
O cenário de prêmio também é explicado pela menor produção de anidro e importação, com desvalorização do real em relação ao dólar. A importação de anidro total de março de 2020 até fevereiro de 2021 foi de 532 milhões de litros, uma queda de 62% ante o período anterior.
A S&P Global Platts Analytics estima a produção total de etanol no Centro-Sul em 30,4 bilhões de litros na safra 2020/21, queda de 8,4% ante a temporada anterior.