Atualização da produção na Índia derruba em mais de 1% açúcar em NY e Londres nesta 4ª
Os contratos futuros do açúcar caíram de forma expressiva nesta sessão de quarta-feira (03) nas bolsas de Nova York e Londres. Depois de ficar próximo das máximas de quase quatro anos na véspera, o mercado refletiu nesta sessão informações sobre alta na produção da Índia.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 1,77%, cotado a US$ 16,14 c/lb, com US$ 16,53 de máxima e mínima de US$ 16,07 c/lb. Já em Londres, o tipo branco finalizou o dia com desvalorização de 1,67%, a US$ 458,00 a tonelada.
"Um aumento na produção de açúcar na Índia está pesando sobre os preços hoje, junto com a fraqueza do real brasileiro", disse em nota de mercado a Barchart.
A India's Sugar Mills Association reportou nesta quarta-feira que a produção de açúcar nas usinas do país entre outubro e fevereiro teve um salto de 20% no comparativo anual, totalizando 23,38 milhões de toneladas na parcial da safra 2020/21 do país.
Além disso, o mercado também acompanhou no dia a fraqueza do real brasileiro, com alta de mais de 1% do dólar comercial sobre a moeda brasileira, a R$ 5,74023 nesta tarde. "O real mais fraco incentiva as vendas de exportação dos produtores de açúcar do Brasil", disse a Barchart.
Fluxo de navios de carga nos arredores da Índia - Imagem: MarineTraffic
Apesar disso, o mercado segue monitorando as preocupações com a oferta global e a demanda aquecida pelo adoçante. Além disso, as agências internacionais voltaram a destacar neste início de semana a falta de contêineres no país. Mas, os embarques ocorrem lentamente, conforme mostra o mapa acima.
"O segundo maior produtor mundial, atualmente com enormes estoques, deve exportar quase 20% menos do que a meta do governo e da previsão de uma importante associação", disse a agência de notícias Bloomberg no início da semana.
Os embarques de açúcar da Índia na safra 2020/21, que termina em setembro, são estimados em cerca de 4,9 milhões de t, abaixo da meta inicial do governo do país fixada em 6 milhões de t e também distante das 5,95 milhões de t de 2019/20 no país.
"O mundo precisa do estoque de açúcar que está alocado na Índia, portanto os preços internacionais do açúcar têm que justificar as exportações indianas... Essas últimas semanas com a dificuldade logística acabam trazendo preocupação com a velocidade do fluxo", disse ao Notícias Agrícolas Guilherme Bellotti, gerente do Itaú BBA.
Mercado interno
O Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, fechou com queda de 0,48%, a R$ 110,42 a saca de 50 kg na terça-feira (02).