Itaú BBA acredita que preço do açúcar segue atrativo para usinas brasileiras
Em relatório divulgado nesta quarta-feira (6), analistas do Itaú BBA observam que, mesmo com a alta volatidade do mercado de açúcar, o contrato com vencimento em maio fechou abril sendo cotado a 10,39 centavos de dólar por libra-peso, um valor praticamente estável em relação ao fim de março. Além disso, no período, o real teve uma depreciação de 5,4%, o que teria suavizado as perdas acumuladas do adoçante em reais.
Ou seja, de acordo com o banco, apesar da tendência internacional de preços baixos para o açúcar, as cotações para a próxima safra em moeda nacional tendem a seguir atrativas para as usinas por conta do câmbio desvalorizado.
“A fixação dos contratos a partir de 2021, por exemplo, apresenta valores acima dos R$ 1.350 por tonelada. Vale ressaltar que estes valores estão suportados pelo fator câmbio e, consequentemente, caso haja um recuo da taxa cambial, a janela de oportunidade pode ficar restrita”, afirma o relatório.
Outro fator que afeta o mercado, segundo o Itaú BBA, é o recuo das cotações do petróleo – e, consequentemente, da gasolina –, o que torna o etanol menos remunerador para as usinas brasileiras e incentiva a produção de açúcar. O quadro, porém, pode ser minimizado se o governo optar por aumentar os tributos sobre a gasolina.
Para completar, os analistas apontam que o valor atual da gasolina A nas refinarias da Petrobras pode estar defasado em relação ao combustível importado, o que poderia demandar futuras elevações.
Por ora, o mercado tem efetivamente se voltado para o adoçante. Na primeira quinzena de abril, de acordo com números da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), 39,7% da cana foi direcionada para o açúcar. Com isso, a produção da commodity no período foi de 948 mil toneladas, um crescimento de 178,9% ante a safra anterior.
No texto completo (exclusivo para assinantes), saiba mais sobre as perspectivas do banco para os preços do açúcar branco e do VHP, além da análise sobre o mercado do milho.