Chuvas afetam moagem de cana do centro-sul na 2ª quinzena de maio, diz Pine

Publicado em 22/05/2017 16:11

SÃO PAULO (Reuters) - As chuvas que retornaram com força às regiões produtoras de cana do centro-sul do Brasil devem continuar acima da média nos próximos 15 dias, prejudicando a produção de açúcar e etanol, afirmou nesta segunda-feira o banco Pine em relatório.

Segundo as projeções meteorológicas citadas pela instituição, as chuvas devem passar de 25 mm na primeira quinzena de maio para 120 milímetros na segunda quinzena (na média ponderada pela produção).

Além disso, o início de junho também será chuvoso, o que atrapalha o início da safra.

"Como sempre ocorre, esse fato tem dois efeitos diretos, redução da moagem de cana e a diminuição do mix de açúcar das usinas", afirmou o analista Lucas Brunetti, da equipe de commodities do Pine.

De acordo com o analista, as chuvas podem atrapalhar o mercado, pois essa produção já era esperada, visto a volumosa nomeação de navios para carregar açúcar nos portos brasileiros e a entrega física na bolsa do contrato de maio.

"Ainda é cedo para dizer, mas isso deve atrapalhar o cronograma das exportações", comentou.

Além disso, a chuva atrasa uma esperada queda sazonal nos preços do etanol.

"Como o mercado de etanol reflete rapidamente as variações no fluxo do produto, assim essas chuvas devem segurar os preços do etanol."

Por outro lado, o analista destacou que o tempo seco ajudou a operação das usinas na primeira quinzena do mês. "Segundo nosso modelo, pouco mais de um dia operacional de moagem foi perdido nessa quinzena, em média, na região centro-sul do Brasil."

Assim, a produção de açúcar deverá ser de aproximadamente 1,97 milhão de toneladas, enquanto a de etanol total deve ficar em 1,390 bilhão de litros, sendo 600 milhões de anidro e 800 milhões de hidratado.

(Por Roberto Samora)

Fonte: Reuters

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