Adecoagro acredita em altas futuras para o preço internacional do açúcar
A Adecoagro, destacando o potencial de queda nos volumes brasileiros de cana-de-açúcar, disse estar otimista com as perspectivas de uma recuperação dos preços do açúcar - mesmo com os futuros estendendo a recuperação em Nova York.
Mariano Bosch, presidente-executivo da Adecoagro, disse que o grupo "não está preocupado com os preços do açúcar", apesar de uma forte queda em relação aos valores de novembro.
"Achamos que os fundamentos ainda estão lá. Por isso, devemos esperar melhores preços para o açúcar", disse Bosch aos investidores.
O grupo citou um potencial de menor produção de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil na temporada 2017/18, que começou no mês passado.
"Os preços vão subir"
Walter Sanchez, diretor comercial da Adecoagro, anunciou a expectativa de uma quebra que gerará a produção de 580 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, contra os 607 milhões de toneladas observados na última temporada.
"Se o Brasil está chegando com uma safra mais baixa, os preços vão subir", disse Sanchez. Como justificativa, cita-se menores volumes de cana deixados na safra anterior para replantio.
Fator El Niño
Sanchez também destacou o potencial para um El Niño fraco, que tende a trazer condições mais chuvosas no Centro-Sul - como, de fato, observado nas primeiras fases da campanha de colheita de 2017/18 - causando pressão extra sobre os volumes.
Etanol x açúcar
Outro fator em jogo entre os investidores de açúcar é a chamada paridade do etanol. No entanto, o número do mix difere por região, e Sanchez disse que a Adecoagro estava recebendo um prêmio de 9% para a produção de etanol anidro sobre o açúcar.
O grupo também revelou que havia retardado seu hedge ano após ano - uma estratégia relacionada às expectativas de preços mais altos à frente - tendo vendido 367,5 mil toneladas de açúcar de 2017/18 no final de março, o equivalente a 58% da produção. Um ano atrás, foram vendidas 420.980 toneladas de açúcar.
O preço recebido até agora para esta temporada está significativamente à frente do preço que a Adecoagro bloqueou há um ano.
Tradução: Izadora Pimenta