Soja fecha estável em Chicago nesta 5ª à espera do USDA; alta do dólar não muda preços no BR
Os preços da soja trabalharam com estabilidade durante toda o pregão desta quinta-feira (11) na Bolsa de Chicago e fecharam o dia com pequenas altas de 0,75 a 3,75 pontos nos contratos mais negociados. Assim, o agosto conclui o dia com US$ 11,17 e o novembro - referência para a safra americana - com US$ 10,67 por bushel. O mercado, além do fôlego que buscou depois das últimas três sessões de perdas consecutivas e intensas, encontrou suporte também nos ganhos fortes do óleo de soja, milho e trigo na CBOT.
A pressão da nova safra americana, no entanto, continua. A possibilidade de uma produção recorde continua pesando sobre as cotações, combinada com uma demanda lenta pela soja americana e pelas boas condições de clima esperadas para o país nas próximas semanas. No entanto, nesta quinta-feira, algumas expectativas para o boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz no final desta semana apontam para a possibilidade de uma safra ligeiramente menor do que a estimativa de junho.
Os números aguardados pelo mercado variam entre 117,98 e 120,73 milhões de toneladas. Caso a média se confirme em 120,18 milhões, a estimativa do USDA ficaria ligeiramente abaixo dos 121,11 milhões do reporte do mês passado. Na safra 2023/24, os EUA colheram 113,35 milhões de toneladas de soja.
Assim, os estoques finais de soja 2024/25 dos Estados Unidos poderiam ficar entre 9,53 e 13,8 milhões de toneladas, com média de 12,11 milhões de toneladas, média menor o dado anterior, de 12,38 milhões.
Veja as expectativas completas:
Desta maneira, o mercado vai se ajustando antes da chegada dos novos números nesta sexta-feira, 12 de julho, às 13h (horário de Brasília).
Nesta quinta-feira, o mercado sentiu ainda os números fracos das vendas semanais para exportação dos Estados Unidos reportados também pelo USDA, tanto da safra velha, quanto da safra nova.
Na semana encerrada em 4 de julho, as vendas semanais para exportação de soja dos EUA foram de apenas 208 mil toneladas da safra 2023/24, sendo 9% menos do que na semana anterior e 40% na comparação com a média das últimas quatro semanas. O mercado esperava algo entre 200 mil e 600 mil toneladas. A Holanda foi a principal compradora da oleaginosa americana. Em todo ano comercial 2023/24, o total de soja já comprometido pelos EUA chega a 44,996,7 milhões de toneladas, também aquém do mesmo período do ano passado, quando eram mais de 52,5 milhões.
Da safra nova, as vendas de soja dos EUA foram de 191,3 mil toneladas, contra as expectativas de 50 mil a 300 mil toneladas. O México foi o principal destino.
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MERCADO BRASILEIRO
Nesta toada, de lado estão também os negócios com a soja no mercado brasileiro. Segundo explicou o analista de mercado e diretor da Pátria Agronegócios, Cristiano Palavro, em entrevista ao Bom Dia Agronegócio desta quinta-feira, os preços perderam muita força nesta semana, tanto nos portos, quanto no interior do país. Algumas regiões chegaram a perder até R$ 9,00 por saca nos últimos dias diante da agressividade das perdas em Chicago - de mais de 3% entre segunda (8) e quarta-feira (10) - além da baixa do dólar, que também buscou um fôlego nesta quinta-feira.
Reveja a entrevista completa: