Bolsa de Cereais fará novo corte em projeção para soja argentina por efeito da seca
Por Maximilian Heath
BUENOS AIRES, 16 de (Reuters) – A Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BdeC) informou nesta quinta-feira que terá que cortar sua estimativa atual para a safra de soja da Argentina, de 38 milhões de toneladas, devido ao impacto de uma onda de calor na última semana, que se somou aos efeitos de uma seca que já dura meses.
A entidade não esclareceu qual será a nova estimativa de safra para a Argentina, maior exportador mundial de óleo e farelo de soja. No início da temporada, a bolsa estimava a produção do grão em 48 milhões de toneladas.
“Durante os últimos sete dias registraram-se temperaturas acima da média que, aliadas à ausência de chuvas, continuam a condicionar fases críticas para a definição de rendimentos em grande parte da área plantada”, disse a BdeC em seu informe semanal de colheita.
Isso “impactará a estimativa de produção atual”, acrescentou a bolsa, observando que as regiões mais afetadas são o núcleo agrícola argentino e outras partes das províncias de Santa Fé e Entre Ríos.
A seca causou estragos na atividade agrícola do país, incluindo o milho, cuja produção prevista pela BdeC reduziu recentemente para 44,5 milhões de toneladas, face a 50 milhões vistas em setembro.
A bolsa informou que, à medida que os trabalhos da primeira safra de milho avançam, “as produtividades continuam caindo. A falta de chuva no período de definição da produtividade causou forte impacto que se reflete nos valores lançados pelas colheitadeiras”.
A Argentina é o terceiro exportador mundial de milho, atrás dos Estados Unidos e do Brasil.