USDA informa nova venda de soja dos EUA à China nesta 4ª e demanda é acompanhada de perto
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou uma nova venda de soja para a China nesta quarta-feira (23) de 110 mil toneladas. O volume é todo da safa 2022/23.
As vendas feitas no mesmo dia, para o mesmo destino e com volume igual ou superior a 100 mil toneladas devem sempre ser informadas ao departamento americano.
A demanda chinesa tem sido muito questionada nesta semana diante de números da pandemia de Covid-19 que se agravaram muito nos últimos dias. Os novos casos crescem rapidamente no país, as primeiras mortes voltaram a ser registradas desde maio e as restrições voltaram a se intensificar depois do início do relaxamento.
"O Banco Nomura estima que 48 cidades agora estão em lockdown ou coisa parecida, cidades que representam 20-25% do PIB. Como a China vai voltar a crescer desse jeito? Não vai. Cidades já começam a dar um passo atrás no relaxamento do zero-covid. Ontem Shanghai falou que vai dificultar a entrada de pessoas na cidade", explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities.
Além disso, mais de 15 cidades tiveram seus restaurantes notificados sobre não poderem servir refeições presencialmente.
Ainda como explica Vanin, o recebimento de soja na China voltou a crescer depois das compras dos últimos meses. "Parece que o apagão de farelo vai ser resolvido. Há mais de 10 milhões de toneladas em embarques nas últimas quatro semanas nos EUA e América do Sul, soja que vai chegar À CHina entre a segunda quinzena de dezembro e começo de janeiro", diz.
O analista informa que a nação asiática vem fazendo compras mais frequentes para embarque em dezembro no Golfo, enquanto aquelas para embarque em janeiro estão mais concentradas no Brasil e nos portos do Pacífico, nos EUA.
"O Brasil é mais barato em relação à soja do Golfo para janeiro em 22 centavos de dólar por bushel, custo e frete China", complementa Eduardo Vanin.