Soja volta a recuar nesta 4ª e perde mais de 1% em Chicago novamente sentindo peso do financeiro
Os futuros da soja voltaram a cair na Bolsa de Chicago no início da tarde desta quarta-feira (3) e, por volta de 14h40 (horário de Brasília), perdiam mais de 20 pontos nos contratos mais negociados. Assim, o novembro tinha US$ 13,63 e o janeiro, US$ 13,70 por bushel.
Mais cedo, o mercado trabalhava com estabilidade na CBOT e chegou até mesmo a testar algumas leves altas entre as principais posições, porém, voltou a sentir o peso do financeiro e suas incertezas todas.
"As matérias-primas continuam sendo penalizadas. O consenso é que o menor crescimento global irá derrubar a demanda por insumos", explica a equipe da Agrinvest Commodities. Assim, não cedem somente as agrícolas, mas também as commodities agrícolas e metálicas. Somente no petróleo, as perdas passavam de 2% no WTI e no brent.
Ainda na Bolsa de Chicago, baixas de mais de 1% no trigo e no farelo de soja, enquanto o óleo e o milho também atuavam em campo negativo, porém, com baixas mais modestas.
No centro das atenções, permanecem as condições de clima no Meio-Oeste americano - e a divergência entre os modelos climáticos - bem como toda a questão geopolítica, agora agravada pela visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, a Taiwan, considerada uma afronta pela China.
"O modelo GFS e Europeu de hoje indicam clima seco para todas as planícies oeste, entretanto, o GFS também prevê clima seco para Minnesota, Iowa, norte de Wisconsin, norte e sudoeste do Missouri. Ambos indicam chuvas moderadas a fortes para o Kentucky
e Tennesse, entretanto as previsões de chuvas para o Corn Belt apresentam leves divergências entre os modelos, com o GFS indicando acumulados de até 100 mm para o sul de Illinois, centro e sul de Indiana e sul de Ohio, e o modelo Europeu indicando até 100 mm para o sul de Illinois, até 75 mm para Indiana e até 50 mm para Ohio", explicou o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
Pelosi pousou ontem no país asiático e em uma coletiva de imprensa declarou apoio e suporte dos EUA a Taiwan, o que pode deixar os mercados ainda mais nervosos e as relações comerciais ainda mais comprometidas, uma vez que já estão estremecidas desde o início da guerra comercial em 2018.
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Ainda no radar permanecem todas as preocupações sobre o rumo da economia global, o comportamento da demanda e a saída dos navios ucranianos da região do Mar Negro.