Soja vira e passa a cair nesta 4ª com novo dia de alerta no financeiro, mas tem ampla oscilação
Depois de iniciar o dia com recuperação, os preços da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) passaram para o lado negativo nesta tarde de quarta-feira (06), com os temores de uma recessão econômica global voltando a dar as caras no mercado financeiro.
A volatidade, porém, segue no terminal externo e novas altas não estão descartadas.
O petróleo, por exemplo, perdia mais de 3% nesta tarde de quarta-feira, estendendo as pesadas perdas da véspera com a recessão superando as preocupações com a oferta, e o óleo ficando abaixo dos US$ 100 o barril, e levava outras commodities para o vermelho.
Por volta das 12h20 (horário de Brasília), a queda era de 9,2 a 11 pontos nos principais contratos negociados da oleaginosa na CBOT. O vencimento de agosto tinha US$ 14,30 e o novembro estava cotado a US$ 13,07 por bushel.
Entre os derivados, também eram observadas perdas. Mais expressiva para o óleo de soja, de quase 3%, e de cerca de 0,10% para o farelo.
"Os temores de recessão global esfriando a demanda por soja devem manter os ganhos sob controle", destacou a agência de notícias Reuters nesta manhã, enquanto os preços da oleaginosa ainda se dividiam entre a alta e a baixa no terminal externo.
A agência de notícias Bloomberg trouxe como manchete nesta tarde: Wall Street diz que uma recessão está chegando. O índice S&P 500 caiu mais de 20%, até o momento, em relação à alta de janeiro, e o Stoxx Europe 600 caiu cerca de 19%.
Nos fundamentos, ainda está no radar dos operadores o desenvolvimento da nova safra americana e todo o cenário climático no Corn Belt para os próximos meses.
Ontem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) voltou a reduzir a qualidade das lavouras de soja e milho do país em seu reporte semanal.
São 63% das lavouras de soja em boas ou excelentes condições, contra 65% da semana anterior e 64% da expectativa do mercado. Há um ano, este índice era de 59%. O reporte indica ainda 28% dos campos em situação regular, contra 27% da semana passada, e 9% em condições ruins ou muito ruins, enquanto eram 8% na semana anterior.
O USDA aponta ainda que 16% das lavouras da oleaginosa estão em fase de florescimento, contra 7% da semana passada, 27% de 2021 e 22% de média dos últimos cinco anos. São ainda 3% já formando vagens, mesmo índice da semana passada e da média plurianual.