Soja cede forte em Chicago nesta 5ª feira com demanda melhor no mercado brasileiro
Os preços da soja fecharam a quinta-feira (4) em queda no mercado, amargando baixas de mais de 1% entre as principais praças de comercialização - superando os 3% pontualmente, como foi o caso de Castro, no Paraná, levando a saca a R$ 160,00 - acompanhando as baixas agressivas registradas na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa no mercado internacional terminaram o dia com perdas de mais de 20 pontos nas posições mais negociadas.
Nos portos, as cotações conseguiram encontrar suporte e fecharam o dia com estabilidade. E o movimento se deu mesmo diante de uma alta do dólar que foi mais contida do que o recuo da soja na CBOT. A moeda americana terminou a sessão com R$ 5,61 e alta de 0,29%.
Assim, em Paranaguá, a soja disponível fechou com R$ 170,00 por saca e para fevereiro/22 com R$ 158,00. Já no terminal da Rio Grande, R$ 169,00 e e R$ 156,00 por saca, respectivamente.
BOLSA DE CHICAGO
Segundo explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest, a pressão ainda vem da concorrência apertada entre Brasil e EUA pela demanda chinesa.
As notícias são de que o Brasil segue fazendo novas vendas de soja para a nação asiática, com negócios tendo sido registrados ontem e hoje, para embarques dezembro e janeiro, e mais barata do que o produto dos EUA. A diferença está nos prêmios e também na maior qualidade da soja brasileira, tornando-se mais atrativa ainda para os importadores.
"O Brasil já vem ganhando cada vez mais espaço dos EUA", explica Vanin. O gráfico abaixo, da Agrinvest, mostra quanta soja os chineses têm em seu nome no mercado norte-americano, volume bem menor do do que no mesmo período do ano passado.
São menos de 20 milhões de toneladas (linha rosa) em nome dos compradores chineses no mercado norte-americano nesta temporada, contra mais de 31 milhões (linha preta) na comparação anual.
Ao lado da concorrência, pesa ainda sobre o mercado fundamentos já conhecidoss pelos traders.
De um lado, o plantio no Brasil acontecendo em ritmo recorde e com cenário climático favorecendo os trabalhos de campo. De outro, a colheita americana se concluindo bem e com índices de produtividade acima do esperado, podendo inclusive levar o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) a elevar sua estimativa de safra no próximo boletim mensal de oferta e demanda.
E também segundo os analistas de mercado da Agrinvest, a perda da média móvel de 21 dias no contrato janeiro também contribui para a intensificação das baixas. "Graficamente, o suporte está nos US$ 12,03, patamar testado em 13 de outubro".