Commodities agrícolas voltam a recuar e soja vai na carona nesta 4ª feira na Bolsa de Chicago

Publicado em 13/10/2021 13:40 e atualizado em 13/10/2021 14:26

As commodities agrícolas todas passaram para o lado negativo da tabela no início da tarde desta quarta-feira (13) e a soja negociada na Bolsa de Chicago vai na carona. Por volta de 13h (horário de Brasília), as cotações cediam entre 5 e 6,50 pontos nos principais vencimentos, levando o novembro a US$ 11,93 - mais uma vez abaixo dos US$ 12,00 - e o maio/22, referência para a safra brasileira, cotado a US$ 12,23 por bushel. 

"As notícias do financeiro pesaram e todas as commodities estão caindo, com o pessoal se protegendo", explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. Os futuros do milho e do trigo na CBOT, além do café arábica na Bolsa de Nova York perdem mais de 2%, enquanto o algodão cede mais de 1%. Na contramão, o ouro sobe mais de 2% e o dólar index perdendo mais de 0,3%. 

Em queda também o petróleo - tanto no brent, quanto no WTI - além do gás natural, com baixas superiores a 1%. Os índices acionários também passaram a operar no vermelho, segundo analistas internacionais, diante dos dados sobre a inflação americana divulgados nesta terça. Os preços ao consumidor subiram 0,4% no mês e 5,4% no ano, ficando acima das expectativas do mercado e trazendo preocupação sobre a economia dos EUA. 

Assim, os três principais índices acionários do país deram início a semana com duas sessões consecutivas de baixas com "temores de que os números da inflação forçariam o Federal Reserve a tomar medidas mais rápidas sobre as taxas de juros", informou o portal Investing.com.

Além do financeiro, atenções também à perda da média móvel de 200 dias para o milho em Chicago, que hoje lidera as baixas entre as agrícolas. "Perdeu e aumentou a pressão de venda (por parte dos fundos). A posição comprada ainda é grande, mas nesse momento não há muito motivo para manter essa posição toda. A safra americana está entrando, a produtividade é um pouco maior, e a competitividade é grande", explicou Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities. 

E com esses dados, o mercado dá continuidade ao recuo que já foi iniciado ontem para os grãos depois do relatório mensal baixista de oferta e demanda trazido pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

O mercado também acompanha o plantio no Brasil - que se desenvolve bem por enquanto, apesar de alguns problemas ainda pontuais de clima - bem como a colheita americana e o rendimento também revisado para cima, como aconteceu com o USDA - acontecendo em bom ritmo nos EUA. 

Até o último domingo (10), 49% da área norte-americana cultivada com soja já havia sido colhida, contra 34% da semana anterior. Há um ano, o índice era de 58% e a média dos últimos cinco anos é de 40%. A expectativa do mercado para esta semana era de 50%. 

Todavia, ainda como explica Vlamir Brandalizze, o mercado da soja não deverá seguir recuando muito e por muito tempo, já que "barateia demais" o produto. "Abaixo destes níveis não veremos muita oferta de físico, principalmente por parte do produtor americano, e o mercado vai ter que corrigir", diz. 

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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