Soja recua mais de 2% em Chicago nesta 3ª feira após relatório baixista do USDA
O novo boletim mensal de oferta e demanda reportado nesta terça-feira (12) pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) foi bastante baixista para os futuros da soja negociados, que terminaram o dia perdendo quase 30 pontos na Bolsa de Chicago, ou mais de 2%. No contrato novembro/21, inclusive, o mercado perdeu o patamar dos US$ 12,00 por bushel, encerrando o pregão com US$ 11,98. O maio/22, referência para a safra brasileira, ficou em US$ 12,30.
O USDA revisou para cima produção, produtividade e estoques finais norte-americanos em seu boletim de outubro e os dados pesaram fortemente sobre as cotações, principalmente por virem acima da média das expectativas do mercado. E ao contrário do que se deu para o milho, as exportações de soja foram mantidas sem alteração, o que deu ainda mais força ao movimento de queda.
Além do aumento dado nos números dos EUA, a produção mundial tambpem foi revisada também para cima de 384,42 milhões para 385,14 milhões de toneladas, elevando os estoques finais globais de 98,89 para 104,57 milhões de toneladas.
Agora, depois da revisão dos números, segundo explicam analistas e consultores, o mercado irá se atentar ao andamento do plantio na América do Sul, em especial no Brasil.
"A área colhida estimada pelo USD não mudou, é a mesma de setembro. Então, não acho que os produtores deverão avançar nas vendas. O clima na América do Sul está bom por enquanto e isso deve continuar pesando sobre os mercados nas próximas semanas", disse o corretor da RJ O'Brien, PJ Quaid, ao portal Successful Farming.
As atualizações dos modelos meteorológicos seguem indicando que os próximos dias serão de muita chuva nas principais regiões produtoras do país. Após um longo período de seca e perdas em várias culturas, o sistema chuvoso enfim se consolida no país e a umidade também começa avançar para áreas do Matopiba.
De acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA), nos próximos sete dias há previsão de chuvas para boa parte do país, com destaque para áreas no Mato Grosso do Sul, no Sudeste do Brasil e na Bahia que podem ter registros acima dos 100mm no período.