Soja cede em Chicago nesta 4ª feira, mas alta do dólar puxa preços no interior e portos do Brasil
A quarta-feira (18) foi de preços baixos para a soja na Bolsa de Chicago. O mercado foi, aos poucos, intensificando suas baixas e encerrou os negócios com perdas de 4,50 a 10,75 pontos nos principais contratos, com o novembro - referência para a safra americana - em US$ 13,58 por bushel - e o maio/22 - referência para a safra brasileira - com US$ 13,52.
Ao longo de todo o pregão os futuros da commodity trabalharam em campo negativo, mesmo diante de novas notícias chegando do lado da demanda. Parte das baixas, como explicaram analistas e consultores de mercado, se deu pela alta forte do dólar não só frente ao real, mas também frente a outras moedas. Diante da brasileira, o ganho da divisa foi de mais de 1,7% chegando a superar, novamente, os R$ 5,30.
"Assim aumentamos nossa concorrência com o produto americano, embora eu discorde em função das nossas ofertas restritas, mas isso também foi um efeito psicológico na Bolsa de Chicago", explica o diretor comercial da Agrosoya e da Novo Rumo Commodities, Mário Mariano, em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Ainda segundo Mariano, parte das baixas e da limitação que o mercado vem apresentando nos últimos dias também chega depois do esmagamento de soja nos EUA tendo vindo reportado pela NOPA (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA) abaixo das expectativas, em pouco mais de quatro milhões de toneladas, sinalizando uma demanda interna um pouco mais contida agora.
Paralelamente, o mercado segue monitorando o clima no Meio-Oeste americano para a conclusão da safra 2021/22 dos EUA, que pode ficar menor do que o inicialmente projetado. Os dados que chegam do Pro Farmer Crop Tour indicam que a produção dos EUA pode ser, de fato, menor do que o atualmente estimado, já que há pontos do cinturão onde as últimas chuvas foram insuficientes para promover uma recuperação satisfatória das lavouras que vinham sofrendo com o tempo mais quente e seco.
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Também por isso que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe uma redução em seu índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições no boletim semanal de acompanhamento de safras de 60% para 57%.
PREÇOS NO BRASIL
No Brasil, os preços permaneceram estáveis em boa parte das principais praças de comercialização, enquanto subiram em outras do interior do país e nos portos do país. A alta forte do dólar, de quase 2%, foi o principal combustível para os ganhos das referências no interior e terminais do Brasil.
Em São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul, por exemplo, a alta foi de 1,898% para R$ 163,00 por saca ou em Jataí, no Goiás, para R$ 161,00 com ganho de 0,63%. Nos portos, Paranaguá fechou o dia com R$ 176,50 para soja disponível e alta de 0,86% e R$ 168,00 para safra nova, subindo 0,60%. Em Rio Grande, R$ 174,50 no spot e R$ 167,00 para nova temporada, referência março/22, com alta de 0,60%.