Soja fecha no vermelho em Chicago, mas BR tem preços firmes e negócios fluindo melhor
O mercado de grãos apresentou bastante volatilidade nesta terça-feira (17) na Bolsa de Chicago. Apesar da baixa no índice de lavouras de soja e milho em boas ou excelentes condições pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu reporte semanal desta segunda-feira (16), o mercado ainda está bastante atento aos novos números que chegam do Pro Farmer Crop Tour, que está em andamento nospaís nesta semana. Os estados já visitados foram Ohio e a Dakota do Sul - com seus números já fechados - e Nebraska e Indiana sendo visitados nesta terça.
Assim, depois de iniciar o dia em campo positivo, os futuros da soja terminaram a sessão desta terça no vermelho, com perdas de 4,50 a 7 pontos nos principais contratos, levando o novembro a US$ 13,61 e o maio/22, referência para a safra brasileira, a US$ 13,57 por bushel.
Os traders seguem atentos à conclusão da nova safra americana e, assim, ao clima no Corn Belt para a conclusão e definição da produtividade da soja dos EUA. E os mapas do NOAA, o serviço oficial de clima do país, para os próximos cinco e sete dias indicam boas chuvas, principalmente em estados como as Dakotas, Minnesota e o Nebraska.
Na outra ponta, a demanda da China mais forte tem sido um ponto importante de suporte para as cotações na CBOT. Nesta terça, o USDA informou uma nova venda de 330 mil toneladas de soja, sendo 198 mil para a nação asiática e outras 132 mil para destinos não revelados.
No entanto, como explicou o consultor de mercado Aaron Edwards, da Roach AgMarketing, apesar da notícia das vendas, o mercado enfrentou algumas outras barreiras e dificuldade para subir.
"Quando o mercado tem dificuldade para subir com notícia é preocupante, porque o comprador não fica desesperado para comprar e subir o preço, e o vendedor não quer perder o preço de novo. Parece um mercado que está cansado, mas isso não quer dizer que não temos um ano animador pela frente, porque o quadro fundamentalista é apertado. Mas estamos em um momento em que os ganhos de preço estão sendo encontrados com vendedores dispostos e os preços não estão conseguindo subir", diz.
MERCADO NACIONAL
No mercado nacional, os preços da soja voltaram a subir. No interior do país, as altas ficaram entre 0,31% e 1,85%, com referências ainda muito elevadas em praticamente todos os estados produtores, com pontos onde os indicativos superam os R$ 170,00 por saca.
Em Ponta Grossa/PR4, R$ 172,00; Rondonópolis/MT com R$ 174,00 e Brasília/DF, R$ 172,00.
Nos portos, os preços também permanecem sustentados. "Os negócios têm fluído. Os produtores têm aproveitado para fazer negócios de safra nova com patamares nos portos de R$ 165,00 a R$ 167,00 e entre R$ 175,00 e R$ 177,00 para agosto e setembro e um pouco acima nas posições de outubro (para a soja disponível).