Soja: Portos do BR testam melhores níveis em mais de 1 mês nesta 4ª para safras velha e nova

Publicado em 11/08/2021 17:33

Depois de altas fortes e superiores a 1% durante quase todo o dia na Bolsa de Chicago, os futuros da oleaginosa terminaram o dia com estabilidade o pregão desta quarta-feira (11) e registrando tímidas oscilações. O novembro/21, referência para a safra americana, encerrou o dia com US$ 13,40. O mercado espera pelos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que serão divulgados nesta quinta (12) e se ajustou antes da chegada do boletim. 

No Brasil, por outro lado, as cotações voltaram a subir, acompanhando o dólar - de novo acima dos R$ 5,20 - e as altas que mais cedo foram registradas em Chicago. O quadro apertado de oferta no Brasil com os remanescentes volumes de soja da safra 2020/21 também dão suporte às cotações no mercado nacional. 

Nos portos, os preços também testaram níveis melhores nesta quarta, tanto para a soja disponível, quanto para a safra nova. Os indicativos, segundo relatou Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, chegou a marcar entre R$ 175,00 e R$ 176,00, nos embarques entre agosto e setembro. "São os melhores níveis em mais de um mês", explica Brandalizze. Na safra nova, as referências chegaram aos R$ 165,00 por saca. 

"É uma semana boa, porque para quem faz média as cotações evoluíram e as médias são boas", diz o consultor. Mais do que isso, ele lembra ainda que o mercado deve seguir por mais duas semanas sobre a safra americana, quando aos poucos começa a dividir sua atenção com a brasileira, que inicia o plantio em cerca de um mês. "De setembro em diante a safra americana vai para enchimento de grão, primeiras colheitas, e aí pesa bastante o que será plantado por aqui e o clima", completa. 

No interior, a soja no mercado físico registrou ganhos de até 1,89%, como foi o caso de Maracaju e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, com os preços chegando aos R$ 162,00 por saca. Até mesmo onde os preços permaneceram estáveis, se mantiveram elevados, como foi o caso de Ponta Grossa, no Paraná, onde a referência segue nos R$ 170,00. 

MERCADO EM CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, o mercado encontrou espaço para suporte nas novidades que continuam chegando da demanda, com uma nova venda de soja dos EUA para a China informada nesta quarta-feira de 132 mil toneladas pelo USDA. 

Desde a semana passada, as vendas de soja reportadas pelo USDA passam de 1 milhão de toneladas. E como explica o time da Agrinvest Commodities, os chineses seguem fazendo suas compras nos EUA para embarques a partir de outubro, principalmente, e ainda foca o mercado brasileiro para embarques até setembro e a partir de março de 2022, diante da competitividade dos preços de ambos os fornecedores. 

"A cobertura de soja por parte das indústrias processadoras na China está bem curta", afirma a Agrinvest. 

Do mesmo modo, os traders também dividem suas atenções com o novo reporte do USDA que chega nesta quinta-feira (12). 

As condições climáticas não foram as mais adequadas para a nova temporada, tanto na soja, quanto no milho, os índices de lavouras em boas ou excelentes condições é bem menor do que no mesmo período do ano passado e por isso que há uma expectativa grande sobre uma correção nas produtividades de ambas as culturas a serem divulgadas nesta quinta-feira, dia 12. 

"Apesar de todas as críticas que o USDA sofre em seus esforços para estimar as safras (e eu tenho várias de minhas próprias críticas), é importante parar um momento e entender a dificuldade de chegar a uma estimativa decente, especialmente no início de agosto. Os tours privados da safra e as avaliações semanais das condições da safra do USDA têm seu lugar, mas oferecem benefícios limitados", lembra o analista líder de grãos do portal DTN The Progressive Farmer, Todd Hultman.

Veja as expectativas completas do mercado para o reporte:

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