USDA informa novas vendas de mais de 260 mil t nesta 3ª para China e mais destinos

Publicado em 10/08/2021 12:13 e atualizado em 10/08/2021 14:41

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou novas vendas de soja nesta terça-feira (10) que totalizaram 262 mil toneladas. Foram 130 mil toneladas para destinos não revelados e 132 mil t para a China. 

O anúncio trouxe ainda a venda de 182,880 mil toneladas de milho para o México - sendo 152,4 mil da safra velha e 30,480 mil da safra nova.  

Este é o quarto anúncio do departamento americano de vendas em quatro dias úteis consecutivos. Entre quinta (5), sexta (6) e segunda-feiras (9), foram reportadas vendas que totalizaram 535 mil toneladas e boa parte delas também foi destinada à China. Sobre o que foi reportado como destinos não revelados o mercado também especula que tenha sido adquirido pela nação asiática.

Nos últimos dias, o mercado chinês viu as vendas de farelo de soja aumentarem expressivamente, bem como a necessidade de compras de matérias-primas por parte das processadoras em função do temor de novas paralisações e medidas de restrição por conta dos novos surtos de Covid-19 frente à agressividade da variante delta. 

Todavia, os analistas e consultores de mercado voltam a explicar que as margens de esmagamento na China ainda estão apertadas, negativas em algumas regiões, ao mesmo tempo em que a "cobertura das indústrias menor do que o normal para esta época do ano", como explicou Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities. 

"As margens negativas das indústrias na China a partir da soja importada estão obrigando as mesmas a adotar a estratégia de compra 'da mão pra boca', resultando em um ritmo de compras muito cadenciado, dinâmica bem difernete em relação ao ano passado. quando suas margens de esmagamento estavam muito boas", afirma Vanin. 

E a China segue mais ativa em suas compras focando mais agora o mercado norte-americano, principalmente para embarques a partir de outubro, quando o produto dos EUA fica mais competitivo se comparado ao brasileiro. As exportações do Brasil estão, inclusive, perdendo um pouco do seu ritmo diante de uma oferta mais limitada e com os produtores olhando também para a demanda interna, onde em alguns pontos do país o mercado nacional paga melhor do que a exportação. 

Os números trazidos pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior) nesta segunda-feira (9) mstram que as exportações de soja do Brasil nos primeiros cinco dias úteis de agosto de 1,381 milhão de toneladas. O volume semanal é um pouco mais baixo do que nos últimos meses - o que já vinha sendo sinalizado pelos analistas e consultores - e se mostra ainda 0,68% menor do que em agosto de 2020. 

REFLEXO DO MERCADO EM CHICAGO

E com essas boas novas vindas da demanda, o mercado da soja na Bolsa de Chicago encontra espaço para manter-se do lado positivo na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa, por volta de 11h55 (horário de Brasília), subiam entre 7,75 e 8 pontos nos vencimentos mais negociados, com o contrato novembro/21, referência para a safra americana, sendo cotado a US$ 13,37 e o março/22, US$ 13,39. 

Além da demanda, há espaço para os ganhos também com foco no clima do Corn Belt. O mercado recupera parte das baixas registradas na sessão anterior diante do novo boletim semanal de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que não mexeu no índice de lavouras em boas ou excelentes condições. 

São 60% das lavouras de soja em boas ou excelentes condições, mesmo índice da semana anterior e alinhado com a expectativa do mercado para esta semana. Há um ano, 74% dos campos estavam em boa forma. 

O boletim informa ainda que 91% das lavouras estão em fase de floração, contra 86% da semana anterior, 91% de 2020 e 89% de média dos últimos cinco anos. Há também 72% das lavouras em fase de formação de vagens, enquanto eram 58% na semana passada, 73% de 2020 e 68% de média. 

Além disso, as condições de clima para o restante de agosto ainda trazem algumas preocupações ao mercado, uma vez que há pontos do Corn Belt onde as chuvas ainda não chegaram adequadamente e sem previsão de mudanças efetivas, além das elevadas temperaturas.

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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