Passa de 60% a área de soja colhida no oeste baiano
A Bahia entra na reta final da colheita de soja. Na região oeste, que detém cerca de 99% da oleaginosa plantada no Estado, até o momento foram colhidas cerca de 60% da safra do grão. Segundo informações fornecidas pelo Conselho Técnico da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), há a expectativa de que os trabalhos terminem até o final de abril.
A entidade representativa dos agricultores no oeste baiano informou, ainda, que a produção regional, este ano, deve ter um aumento de 11,7%, podendo superar o volume de 6,7 milhões de toneladas. Confirmados estes números, o ciclo 2020/21 vai superar a safra 2017/18, que atingiu o recorde de 6,333 milhões de toneladas colhidas.
A expectativa por preços altos contribuiu para o aumento de 4,9% na área plantada, entre o ciclo 2019/20 e o atual. Espera-se neste ano uma produção de 1,7 milhão de hectares, com produtividade 6,5% maior.
Para Luiz Stahlke, assessor de agronegócio e membro do Conselho Técnico da Aiba, as expectativas só aumentam a cada etapa avançada. “A colheita está correndo bem, num cenário sem chuva, com o grão sendo colhido no ambiente ideal. Tudo isso colabora para mais uma excelente produção, com alta produtividade em todo o oeste baiano”, ressalta. Ele informou, também, que Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e Roda Velha, em São Desidério, são as regiões em que a colheita está mais adiantada.
Valorização do grão X custos de produção
Os preços da soja tendem a continuar em alta, porque há um forte descompasso entre oferta e demanda no mercado internacional. Em uma rápida comparação, o grão está sendo comercializado, em média, a R$ 160,00 a saca da soja disponível (cotação de 05/04), enquanto que em 2020, nesta mesma época, o produto era vendido a R$ 85,00 a saca.
Entre os produtores de soja, porém, há cautela em relação ao futuro da produção. Segundo o produtor Denilson Roberti, de Jaborandi, no oeste baiano, grande parte da soja que está sendo colhida foi comercializada antes da safra, a preços mais baixos. “Assim como houve aumento no preço da soja, tivemos também elevação significativa dos valores dos defensivos, fertilizantes e outros insumos agrícolas. Se tivermos um custo elevado de plantio na próxima safra, será necessário que a cotação do grão permaneça alta como está, para ser lucrativa”, afirmou.