USDA informa venda de mais 132 mil t de soja nesta 3ª; CBOT sobe
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou uma nova venda de soja de 132 mil toneladas para destinos não revelados. Todas as vendas feitas no mesmo dia, para o mesmo destino e com volume igual ou superior a 100 mil toneladas devem sempre ser informadas ao departamento.
A demanda pelo produto norte-americano permanece forte, com não só as vendas registrando números elevados, como também os embarques norte-americanos já mostrando um aumento de 77% em relação ao mesmo período do ano anterior. Do projetado para ser exportado, mais de 70% já foram vendidos.
Números como estes e as perspectivas de que a demanda no mercado norte-americano continue subindo ainda são o principal combustível para o avanço dos preços da oleaginosa na Bolsa de Chicago, que continua. Somente em outubro, as altas acumuladas passam de 3%, principalmente nos vencimentos mais curtos.
De 1º a 19 de outubro, o contrato novembro/20 subiu 3,03%, passando de US$ 10,23 a US$ 10,54 por bushel. Já no maio/21, o ganho foi de 1,87%, com a posição saltando de US$ 10,18 para US$ 10,37 por bushel. Os contratos mais curtos sobem mais, justamente, refletindo esta força do consumo, em um momento onde a oferta é mais curta. E mesmo com a colheita norte-americana caminhando bem, registrando índices acima da média.
O gráfico abaixo, do USDA, mostra a evolução das cotações da soja na CBOT de julho a outubro e marcam a volta do mercado ao patamar dos US$ 10,00 por bushel no meio de setembro.
"A dinâmica por trás da alta de preços de meados de agosto a meados de setembro é complexa, mas reflete, basicamente, uma recuperação nas compras de soja da China nos EUA e a baixa disponibilidade de suprimentos exportáveis na América do Sul", explicam os analistas do USDA em seu reporte mensal sobre o mercado de oleaginosas.
Dessa forma, é possível observar, com a imagem na sequência, que as vendas norte-americanas para a nação asiática até meados de setembro, alcançando cerca de 17 milhões de toneladas, número próximo do recorde de 2013. Para todos os destinos, no mesmo período, chegaram a 32 milhões de toneladas.
A oferta mais curta, todavia, não é menor só em função das compras maiores da China. "Problemas climáticos nos Estados Unidos e reduções na previsão da safra de soja reduziram ainda mais a previsão de estoques finais quando combinada com os estoques de passagem 2019/20. Isso aumenta a possibilidade de aperto da oferta global em 2021, especialmente, se o atual padrão climático La Niña levar a condições mais secas na América do Sul", complementam os analistas do departamento americano.