Plantio de soja 2020/21 do Paraná avança 8 pontos na semana, mas segue atrasado

Publicado em 13/10/2020 19:20 e atualizado em 14/10/2020 09:49

SÃO PAULO (Reuters) - O plantio de soja da safra 2020/21 no Paraná atingiu nesta semana 16% da área esperada, disse nesta terça-feira o Departamento de Economia Rural do Estado (Deral), indicando um avanço de oito pontos percentuais em relação à semana anterior.

Apesar disso, o ritmo da semeadura da oleaginosa no Estado segue muito abaixo do verificado nos anos anteriores, mantendo o maior atraso em pelo menos cinco anos, diante do impactado recente da escassez de chuvas na região.

Em igual período do ano passado, o plantio de soja no Paraná --segundo maior produtor da oleaginosa no país, atrás apenas de Mato Grosso-- atingia 22% da área projetada, segundo os dados do Deral.

Em projeção divulgada no final de setembro, o Deral estimou a safra de soja 2020/21 do Estado em 20,4 milhões de toneladas, queda de 1% em relação ao volume colhido no ano anterior.

O atraso na semeadura da soja afeta também o cultivo da segunda safra de milho, principal do cereal no Brasil, cujo plantio ocorre logo após a colheita da oleaginosa.

Em relação à primeira safra de milho, o plantio no Paraná avançou para 78% da área projetada nesta semana, ante 65% na semana anterior, indicou o Deral.

Vendas da nova safra de soja de MT atingem 60,4% do esperado; milho avança para 21/22

SÃO PAULO (Reuters) - A comercialização da safra de soja 2020/21 de Mato Grosso, cujo plantio está atrasado por falta de chuvas, avançou para 60,4% do total esperado até o final de setembro, aumento de 4,49 pontos percentuais ante o mês anterior, informou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) nesta terça-feira.

Com preços e câmbio favoráveis, as vendas no principal Estado produtor do país superam com folga o percentual de negócios para a nova temporada geralmente realizado nesta época do ano, de 33,4% na média histórica, conforme dados do Imea.

Além disso, produtores estão adiantados em fechamentos de vendas para a safra futura, tanto de soja quanto de milho.

O instituto apontou avanço da comercialização da oleaginosa 2021/22 de Mato Grosso, que será plantada somente em setembro do ano que vem, para 6,21% da safra esperada, ante 3,58% no mês anterior.

Para o milho 2021/22, foi reportado o primeiro percentual significativo de vendas, com 2,03% da produção esperada, ante 0,13% no mês passado.

Tais percentuais em antecipação de negócios são inéditos para esta época, uma vez que essas transações começam a ocorrer mais tarde-- geralmente em dezembro para a soja, segundo a média dos últimos cinco anos. No milho, as vendas historicamente começariam somente em fevereiro do ano que vem.

Para a safra 2020/21 de milho, a comercialização atingiu 54,69%, ante 50,92% no mês anterior. O milho de Mato Grosso será plantado majoritariamente após a colheita da soja e já corre risco de ter a produtividade afetada pelo forte atraso no plantio da oleaginosa, em meio à atual seca.

Já as vendas do cereal cultivado em 2019/20, que já foi colhido, atingiram 95,17%, avançando em relação aos 92,94% vistos no mês anterior.

No mercado de algodão, a comercialização da safra 2019/20 chegou a 82,02% em Mato Grosso ante 80,61% no mês anterior, enquanto as vendas da nova temporada avançaram para 43,9%, ante 38,1% no mês passado.

Assim como no caso do milho, o algodão é cultivado no Estado principalmente na segunda safra e pode ter a área reduzida em função da lentidão nos trabalhos de plantio da soja.

Vale destacar que a pluma já teria uma parcela da área de plantio 2020/21 abdicada, para dar lugar ao milho "safrinha", depois de ter sido uma das culturas mais afetadas pelos impactos do coronavírus neste ano.

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Fonte: Reuters

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