Soja se recupera e fecha a 3ª feira com altas de mais de 10 pts na Bolsa de Chicago
Após perdas bastante intensas na sessão anterior, os futuros da soja voltaram a subir nesta terça-feira (13) e terminaram o dia com ganhos de mais de 10 pontos na Bolsa de Chicago. Os preços foram intensificando suas altas durante todo o dia, recuperando boa parte do recuo do último pregão, quando o mercado chegou a ceder mais de 30 pontos. Assim, o novembro/20 e o janeiro/21 voltam a superar os US$ 10,40 e parecem buscar os US$ 10,50 por bushel.
"Hoje entenderam que a queda foi exagerada pelos fundamentos. E os bons embarques reportados nesta terça-feira também ajudaram o mercado a ganhar fôlego", explica Steve Cachia, consultor de mercado da Cerealpar e da TradeHelp.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seu novo boletim semanal de embarques com números fortes para a soja nesta terça-feira (13). O país embarcou 2,157,012 milhões de toneladas da oleaginosa, contra expectativas do mercado de 1,2 a 2,2 milhões de toneladas. Assim, em toda a temporada, os embarques americanos já somam 9,095,531 milhões de toneladas, enquanto na anterior eram pouco mais de 5 milhões.
Além da demanda forte - a qual já é, diga-se de passagem, bastante conhecida pelo mercado - o movimento forte de altas também entre os óleos contribui para os ganhos da soja em grão, ainda como afirma Cachia. Nesta terça, os futuros do derivado chegaram a subir quase 0,5% entre as posições mais negociadas. O primeiro contrato - outubro/20 - subiu mais de 1%.
"O complexo de óleos está sendo liderado pelo óleo de palma, com uma produção menor e exportação maior na Malásia", diz. "Toda a oferta está mais ajustada agora com a demanda maior", completa o consultor.
Ainda segundo Cachia, a recuperação das cotações chega mesmo com as previsões de melhora nas chuvas no Brasil e forte avanço esperado para a colheita nos EUA nos próximos dias. O novo boletim semanal de acompanhamento de safras com a atualização dos trabalhos de campo será reportado no final da tarde desta terça.
PREÇOS NO BRASIL
O dia foi de altas para os preços da soja também no mercado brasileiro. Além das altas em Chicago, o dólar também subiu frente ao real e se mantém acima dos R$ 5,50, dando ainda mais suporte às referências. A moeda americana subiu quase 1% nesta terça-feira frente à brasileira.
"Os preços internos da soja em grão seguem em alta. No acumulado da parcial de outubro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa Paranaguá (PR) subiu 5,2%, a R$ 155,85/sc na sexta-feira, 9. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná 5% no mesmo comparativo, a R$ 153,53/sc de 60 kg na sexta", informaram os pesquisadores do Cepea.
Ainda de acordo com a equipe, todo esse movimento deverá promover uma alta expressiva da área de soja no Brasil. As últimas estimativas da Conab indicam um aumento de 2,5% para esta temporada, o que poderia resultar em uma safra recorde de 133,67 milhões de toneladas.
Vendas da nova safra de soja de MT atingem 60,4% do esperado; milho avança para 21/22
SÃO PAULO (Reuters) - A comercialização da safra de soja 2020/21 de Mato Grosso, cujo plantio está atrasado por falta de chuvas, avançou para 60,4% do total esperado até o final de setembro, aumento de 4,49 pontos percentuais ante o mês anterior, informou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) nesta terça-feira.
Com preços e câmbio favoráveis, as vendas no principal Estado produtor do país superam com folga o percentual de negócios para a nova temporada geralmente realizado nesta época do ano, de 33,4% na média histórica, conforme dados do Imea.
Além disso, produtores estão adiantados em fechamentos de vendas para a safra futura, tanto de soja quanto de milho.
O instituto apontou avanço da comercialização da oleaginosa 2021/22 de Mato Grosso, que será plantada somente em setembro do ano que vem, para 6,21% da safra esperada, ante 3,58% no mês anterior.
Para o milho 2021/22, foi reportado o primeiro percentual significativo de vendas, com 2,03% da produção esperada, ante 0,13% no mês passado.
Tais percentuais em antecipação de negócios são inéditos para esta época, uma vez que essas transações começam a ocorrer mais tarde-- geralmente em dezembro para a soja, segundo a média dos últimos cinco anos. No milho, as vendas historicamente começariam somente em fevereiro do ano que vem.
Para a safra 2020/21 de milho, a comercialização atingiu 54,69%, ante 50,92% no mês anterior. O milho de Mato Grosso será plantado majoritariamente após a colheita da soja e já corre risco de ter a produtividade afetada pelo forte atraso no plantio da oleaginosa, em meio à atual seca.
Já as vendas do cereal cultivado em 2019/20, que já foi colhido, atingiram 95,17%, avançando em relação aos 92,94% vistos no mês anterior.
No mercado de algodão, a comercialização da safra 2019/20 chegou a 82,02% em Mato Grosso ante 80,61% no mês anterior, enquanto as vendas da nova temporada avançaram para 43,9%, ante 38,1% no mês passado.
Assim como no caso do milho, o algodão é cultivado no Estado principalmente na segunda safra e pode ter a área reduzida em função da lentidão nos trabalhos de plantio da soja.
Vale destacar que a pluma já teria uma parcela da área de plantio 2020/21 abdicada, para dar lugar ao milho "safrinha", depois de ter sido uma das culturas mais afetadas pelos impactos do coronavírus neste ano.