Soja sobe em Chicago e, com novo estímulo do dólar, cotações sobem também no Brasil
O mercado da soja passou a operar em campo positivo na Bolsa de Chicago no pregão desta segunda-feira (11), depois de iniciar o dia atuando com estabilidade. Por volta de 14h (horário de Brasília), as cotações subiam entre 3 e 5,25 pontos nos principais contratos, com o maio e o julho sendo cotados a US$ 8,54 e o agosto a US$ 8,55 por bushel.
Segundo analistas internacionais do portal Farm Futures, "o otimismo sobre a demanda chinesa contribui para os preços da soja, mas as preocupações em torno das tensões enrre China e EUA continuam e acabam limitando os ganhos".
Além disso, os traders se ajustam para a chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que chega nesta terça-feira, dia 12.
O relatório, como explica o consultor de mercado Steve Cachia, da Cerealpar, "deve incluir a primeira estimativa para o ano comercial 2020/21". Assim, a cautela permeia os negócios desta segunda, com os traders buscando definir direções e à espera dos novos números.
MERCADO BRASILEIRO
No Brasil, a semana começa, mais uma vez, com foco no dólar. A moeda americana já chegou a subir mais de 1% e superar novamente os R$ 5,80 ao longo do pregão e mantém elevada a competitividade do produto brasileiro.
Para Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, o mercado deverá registrar uma nova semana de preços firmes e com boa presença dos compradores. Porém, o ritmo de negócios poderia não ser tão intenso.
"Devemos ter pouca pressão de venda, com os negócios devendo seguir das mãos para boca da safra atual e alguns fechamentos novos devem fluir em cima da safra nova, que abre espaço para boas trocas por insumos, as quais ainda estão atrativas para os produtores", explica o consultor. "Com isso há chances de negócios maiores na safra nova do que na velha devido ao ritmo acelerado que se negociou a soja deste ano", completa.
Nesta segunda-feira, os pesquisadores do Cepea reforçaram o bom momento da soja do Brasil por conta da vantagem cambial, com boa valorização do indicador na última semana. Além da questão cambial, o Cepea destaca ainda a baixa disponibilidade de produto no Brasil, as relações incertas entre China e EUA e mais o pouco incentivo às exportações argentinas também favorecer a escalada das cotações da oleaginosa no mercado nacional.
"Entre 30 de abril e 8 de maio, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) registrou significativa alta de 7,57%, fechando a R$ 111,42/saca de 60 kg nessa sexta-feira, 8. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná subiu expressivos 7,77% entre 30 de abril e 8 de maio, a R$ 104,41/sc de 60 kg no dia 8. Ambos renovaram os recordes nominais da série do Cepea", diz a nota da instituição.