Commodities agrícolas sobem nesta 3ª feira mesmo em novo dia de aversão com o coronavírus
Enquanto o mercado financeiro global ainda reflete os temores crescentes com a epidemia do coronavírus, as commodities agrícolas recuperaram parte das baixas do pregão anterior nesta terça-feira (25), se sustentaram e terminaram o dia em campo positivo. Na outra ponta, o petróleo despencou mais 3% e as bolsas norte-americanas e europeias também recuaram.
Na Bolsa de Chicago, quem liderou os ganhos foi a soja, que termina o pregão subindo pouco mais de 5 pontos entre os principais contratos, com o março valendo US$ 8,79, o maio US$ 8,88 e o julho, US$ 8,99 por bushel. Na sequência, os preços do trigo registraram leves altas de pouco mais de 2 pontos e o milho, de 0,25 a 0,50 ponto nas posições mais negociadas.
O mercado de grãos buscou sustentar uma recuperação - bastante importante, apesar de tímida - depois da intensa liquidação de posições do pregão anterior, quando somente a soja perdeu mais de 15 pontos na CBOT, acompanhando as preocupações crescentes com o coronavírus. Com cada vez mais casos sendo confirmados fora da China, crescem as especulações de que o o surto que foi iniciado na nação asiática se torne uma pandemia.
Apesar da firmeza deste pregão, os analistas explicam que os mercados agrícolas ainda exibem alguma fragilidade, embora dividam as atenções com seus próprios fundamentos.
"Após o mercado internacional sucumbir na segunda-feira com a dispersão do Coronavírus por países europeus, hoje a especulação desacelerou a reação exagerada, recuperando parte das perdas de ontem (...) Os fundos na soja continuam posicionados no lado da venda, continuando sensíveis às reações de reversão com qualquer notícia otimista", disseram os diretores da ARC Mercosul.
Os analistas explicam ainda que o que mais alimenta as especulações em torno do coronavírus neste momento e que, consequentemente, pesa sobre os principais mercados mundo a fora, são as notícias referentes ao poder de infecção do vírus.
E diante disso, especialistas internacionais reforçam as atenções necessárias para as incertezas que ainda rondam o desenvolvimento do vírus e de sua disseminação para além da China.
"Atualmente, existe muita incerteza em torno do coronavírus, o que dificulta a previsão da direção do mercado", disse Phin Ziebell, economista do agronegócio do National Australia Bank à Reuters Internacional.
CAFÉ EM ALTA NA BOLSA DE NY
Depois das baixas intensas e da liquidação de posições registradas na sessão anterior, os futuros do café arábica negociados na Bolsa de NOva York voltaram a subir nesta terça-feira (25) e fecharam o dia com altas de mais de 100 pontos entre os vencimentos mais negociados.
O contrato março encerrou o dia com 107,10 cents de dólar por libra-peso e ganho de 120 pontos, enquanto o maio subiu 160 pontos para 108,50 cents e o julho/20, 155 pontos para concluir o pregão valendo 110,60 cents/lb.
O mercado testou uma recuperação depois das perdas intensas, motivadas pelas intensas e crescentes preocupações com o surto de coronavírus, que corre agora o risco de se tornar uma pandemia. Entretanto, os ganhos não acontecem de forma também generalizada e acontecem quase que exclusivamente entre as commodities agrícolas.
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MERCADO FINANCEIRO
Na contramão e ainda sofrendo com a intensa aversão ao risco, os futuros do petróleo terminaram a terça-feira com perdas de mais de 3% tanto na Bolsa de Nova York, quanto na Bolsa de Londres. O WTI fechou abaixo dos US$ 50,00 por barril.
O ouro, ao contrário do que geralmente acontece em dias como este, também atuou em campo negativo e perdeu mais de 2%. As bolsas de valores caíram nos EUA e na Europa, as perdas só não foram tão dramáticas como as da sessão anterior.
"Pela primeira vez em algum tempo, nós finalmente estamos acordando para o fato de que esse problema pode continuar por um período e ter um impacto significativo no crescimento econômico chinês e global e potencialmente nos Estados Unidos", disse Randy Frederick, vice-presidente de negociação e derivativos para Charles Schwab em Austin, Texas, à Reuters.
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