Apesar de custos mais altos, poder de compra do sojicultor aumenta em 2019

Publicado em 11/02/2020 10:08

Na safra 2019/20, o sojicultor enfrentou custos mais elevados, mas, apesar disso, o poder de compra melhorou, devido à valorização da soja. Considerando-se o período de aquisição de insumos (de abril a agosto), nas praças do Cerrado levantadas pelo Cepea, o Custo Operacional Efetivo (COE) médio da temporada 2019/20 foi 5% superior ao do mesmo período de 2018 e, na região Sul, a elevação foi de 3%.

Nas regiões de Sorriso (MT), Rio Verde (GO), Uberaba (MG), Primavera do Leste (MT) e Luís Eduardo Magalhães (BA), o desembolso com defensivos (herbicida, inseticidas e herbicidas) foi 6% superior na temporada 2019/20 frente à anterior, e o custo com fertilizantes subiu 3% na mesma comparação. Apesar desses aumentos, o dispêndio médio com adubos da safra 2019/20 foi 14% menor em relação a setembro/18 – quando o desembolso com fertilizantes foi o maior, em termos nominais, desde janeiro de 2010.

Já nas praças do Centro-Sul (Dourados/ MS, Passo Fundo/RS, Londrina/PR, Cascavel/ PR, Guarapuava/PR, Ponta Grossa/PR e Chapecó/SC), na temporada passada, devido ao tabelamento de fretes e da forte valorização dos fertilizantes ao longo de 2018, sojicultores que adquiriram os insumos em agosto daquele ano registraram aumento de 6 pontos percentuais no COE (Custo Operacional Efetivo) frente aos que realizaram as compras em abril. Isso porque, naquele período, o custo com fertilizantes havia aumentado cerca de 21%.

Vale ressaltar que, na temporada 2018/19, a elevação dos preços dos insumos, principalmente dos fertilizantes, impulsionou o Custo Operacional Efetivo (COE) da soja no Brasil. O movimento de alta se intensificou a partir de maio/18, quando o tabelamento de fretes foi aprovado. Em setembro/18, o COE foi o maior daquele ano no Cerrado, por exemplo. Apesar da queda nas cotações dos adubos nos meses seguintes, o COE iniciou 2019 ainda em patamares elevados.

Em 2019, o dispêndio com fertilizantes apresentou leve queda, mas o aumento do gasto com defensivos, a valorização do dólar frente ao Real e a elevação do preço do diesel impulsionaram os custos totais. Assim, apesar do aumento frente ao ano anterior, os custos da safra 2019/20 ficaram praticamente estáveis em 2019.

No entanto, os altos custos em 2019 contrastaram com a melhora na produtividade de nivelamento (PN) nos últimos meses do ano. Em novembro/19, com o aumento nos preços da oleaginosa, seriam necessárias 39,6 sc/ha para quitar o COE na região central do País – 3,07 sacas a menos em relação ao mesmo mês do ano passado. Nas regiões sulistas, no mesmo comparativo, as constantes valorizações da oleaginosa resultaram em produtividade de nivelamento para o COE de 39,10 sc/ha – 3,29 sacas a menos em relação ao mesmo período de 2018.

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Fonte: Cepea

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