Perdas por seca na Argentina devem causar prejuízo de US$6 bilhões, diz Bolsa de Buenos Aires
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) quase duplicou sua estimativa de perda por conta da seca na Argentina em relação ao que vinha sendo calculado em março. Assim, a perda passou de US$3,436 bilhões para quase US$6 bilhões.
O estudo da entidade indica que a produção de milho será de 32 milhões de toneladas, enquanto a soja terá uma produção de 36 milhões, o que representa quedas de 22% e 33%, respectivamente, com relação às expectativas vigentes no início do ciclo. No total, foram perdidas 27 milhões de toneladas de grãos da safra de verão. Em valor, a perda quase se duplica porque seguiu caindo a estimativa de produção por conta da seca.
As perdas afetaram fortemente o aporte do campo ao Produto Interno Bruto (PIB): a queda será de US$5,895 bilhões em relação à estimativa original. O impacto no crescimento da economia equivale a 0,86%. No caso das exportações, a queda será de US$5,374 bilhões.
A perda, contudo, não é distribuída de forma equitativa na cadeia. O principal setor afetado é o da produção primária, com uma queda no valor agregado de US$2,331 bilhões. Nos serviços relacionados, se destaca uma queda de US$422 milhões para o transporte.
A seca também afetou os produtores de carnes e leite que utilizam o milho e o farelo de soja como insumo e devem enfrentar maiores custos, por volta de US$1 bilhão.
A arrecadação fiscal teria uma queda de US$1,735 bilhões com relação ao cenário base em função da queda de entrada de dinheiro por conta dos direitos de exportaçõe e de outros impostos afetados por menor atividade.
O trabalho da Bolsa de Cereais de Buenos Aires se centra nos efeitos diretos da queda de produção sobre o setor agroindustrial, mas se adverte que o impacto macro "seria muito maior" se incluídas as interações com o restante dos setores da economia.
Tradução: Izadora Pimenta