Soja devolve as altas do dia anterior e opera em queda na CBOT na manhã desta 4ª feira
Depois do rápido fôlego do fim da sessão de ontem, os preços da soaj voltam a recuar na Bolsa de Chicago nesta manhã de quarta-feira (28). As posições mais negociadas, por volta das 7h20 (horário de Brasília), perdiam entre 4,25 e 5,50 pontos, assim, o vencimento novembro/16 era negociado a US$ 9,47 por bushel.
A semana de tempo melhor para os trabalhos de campo nos Estados Unidos tem pressionado a commodity e o ritmo da colheita deverá ser um pouco mais acelerado em relação aos últimos dias, acentuando essa pressão. Paralelamente, há ainda o comportamento técnico das cotações, que faz com a commodity testar movimentos mais acentuados próximos de seus patamares de suporte e resistência.
Ainda em Chicago, o mercado da soja poderia encontrar suporte nos preços do trigo que, apesar do leve recuo registrado nesta manhã de quarta-feira, vêm subindo nos últimos dias diante de problemas que a safra da Austrália vem enfrentando, além da boa demanda pelo grão norte-americano. As exportações e os embarques dos Estados Unidos têm se mostrado bastante fortes nas últimas semanas e também vêm sendo importante pilar para as cotações.
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Complementando o quadro, há ainda o acompanhamento próximo dos preços do petróleo, principalmente com a reunião que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) vem realizando nesta semana, além do dólar e das expectativas dos investidores mundiais ao redor das eleições presidencias norte-americanas.
O plantio do Brasil, que ainda está ganhando ritmo nesta temporada, também começa a ganhar corpo no mercado internacional, especialmente em função da irregularidade climática e depois das perdas da safra anterior.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Soja toma fôlego no fim do dia, fecha em alta na CBOT e puxa preço em algumas regiões do BR
A sessão desta terça-feira, 27 de setembro, foi de volatilidade para os preços da soja na Bolsa de Chicago. O mercado internacional iniciou o dia atuando com estabilidade, testou os dois lados da tabela, acentuou suas baixas e, na sequência, voltou a subir e fechou os negócios em campo positivo. Os principais contratos encerraram o dia com ganhos de 7,25 a 8 pontos, o que levou o novembro/16 a se recuperar e voltar a superar os US$ 9,50 por bushel.
Embora o mercado venha sentindo neste semana um avanço melhor da colheita nos Estados Unidos, já que as chuvas no Meio-Oeste americano parecem ter dado uma trégua em algumas regiões, a comercialização dessa nova safra começa a ganhar espaço entre as negociações e as vendas nos EUA não avançam muito diante de preços pouco atrativos neste momento. Assim, os produtores locais acabam ficando mais restritos neste momento, aguardando melhores oportunidades e contribuindo para um avanço, mesmo que momentâneo, das cotações. Até o último domingo, a colheita americana estava concluída em 10% da área americana.
"A colheita está seguindo, mas isso não significa que os produtores estão vendendo suas safras no mesmo momento (...) e há demanda pelos produtos norte-americanos, a qual permanece forte e se mostrando ainda como um importante fundamento para o mercado neste momento", diz o analista de mercado Don Roose, da U.S. Commodities, em entrevista ao portal Agriculture.com.
Somente nesta semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) já anunciou a venda de 360 mil toneladas de soja em grão para a China e destinos não revelados.
Para o consultor Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, porém, é momento da atenção ao mercado internacional. Com um avanço mais expressivo da colheita nos EUA, os preços tendem a ceder um pouco mais e buscar novas mínimas, as quais poderiam ficar próximas de algo entre US$ 9,20 e US$ 9,30 por bushel, para, aos poucos, ir buscando uma recuperação.
Mercado Brasileiro
O mercado brasileiro de soja mantém seus negócios travados, sem ritmo e apenas com operações pontuais, como relatam não só consultores e analistas de mercado, mas também os produtores rurais. O foco dos sojicultores, depois de um bom volume já comercializado em melhores momentos de preços, é agora no plantio e na cautela que os trabalhos de campo vêm exigindo diante da irregularidade climática, com as chuvas ainda mal distribuídas.
Além disso, com algumas incertezas sobre a safra, os produtores também evitam comprometer um volume ainda maior de sua produção. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, 25% da safra já foi comercializada antecipadamente. O mesmo, apesar de percentuais diferentes, se repete em outros estados.
"Esperamos uma negociação tardia também após a colheita. E temos o dólar, que também impacta nos preços insumos e os produtores seguem atentos a esse quadro. Porém, o mais importante agora é a consolidação das chuvas, os agricultores não devem se precipitar", alerta o o analista técnico da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Carlotto.
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E nesta terça-feira, a baixa de pouco mais de 0,5% do dólar frente ao real pesou em algumas praças de comercialização e os preços voltaram a recuar, apesar das altas de Chicago. Já em outras, os ganhos do mercado internacional e um quadro onde a demanda é melhor frente a uma oferta mais restrita permitiu um ganho das cotações.
Enquanto em Tangará da Serra, Mato Grosso, a soja subiu 1,45% para R$ 70,00 por saca, como aconteceu também em Campo Novo do Parecis, no Oeste da Bahia foi registrada uma baixa de 2,85% para R$ 64,00, ou de 1,32% em Rio Verde, no Goiás, para R$ 75,00.
Passando para os portos, a soja disponível subiu 1,28% em Paranaguá e 0,26% em Rio Grande, para terminar o dia com, respectivamente, R$ 79,00 e R$ 77,50 por saca. No mercado futuro, baixa de 1,91% para R$ 77,0 e estabilidade nos R$ 77,50 no terminal gaúcho.
Ainda segundo Ênio Fernades, os preços atuais da soja no mercado brasileiro já estariam muito próximos de suas mínimas e, mais adiante, pode trazer oportunidades melhores para os produtores voltarem as vendas. A postura mais retraída do momento, portanto, passa a ser acertada.