Argentina pode perder 3 milhões de toneladas de soja por conta das chuvas, estima Oil World

Publicado em 15/04/2016 11:31

A produção de soja da Argentina poderá perder até 3 milhões de toneladas caso as chuvas continuem, estima o Serviço de Previsão Independente para Oleaginosas, Óleos e Alimentos, Oil World. A Bolsa de Comércio de Rosário também já projeta uma redução na produção da cultura nesta safra.

De acordo com o relatório do Serviço de Previsões "aproximadamente 2 a 3 milhões de toneladas de soja argentina estão em risco de se perder com inundações", disse Oil em seu relatório divulgado pelo site internacional Agrimoney.

Em abril, as condições climáticas no país variaram acentuadamente por uma alteração no padrão climático, mergulhando a região central em uma tempestade. Segundo informações da Bolsa de Rosário, até a manhã de quarta-feira (13) as precipitações acumulados na região central variaram entre 70 a 270 mm.

Fonte: Bolsa de Comércio de Rosário

Para o Oil ainda é possível considerar perdas mais acentuadas caso as chuvas acima da média, estacionadas sobre a região, permaneçam nos próximos dias.

Atualmente, a Bolsa de Rosário prevê uma safra de 59 milhões toneladas, 1,1 milhão a menos que a safra 2014/15. Os dados estão em linha com as estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), mas o presidente do setor de grão de Rosário, Alberto Padoan, não descarta que as perdas na colheita possam chegar a 2,4 milhões de toneladas.

Em março as condições foram positivas para a evolução dos trabalhos de campo. Até esta semana, a colheita no país havia atingido 13% da área, enquanto que no mesmo período do ano passado o percentual era de 30%.

Segundo as previsões da Bolsa, áreas importantes como Entre Rios, Santa Fé e Córdoba estão sujeitas ao risco de ajustes negativos após as tempestades.

Não há no radar previsões de quando os produtores podem retomar o trabalho de colheita. A empresa de serviços meteorológicos MDA Informações e Sistemas, reforça que o sistema de alta pressão continuará sobre Santa Fé e Entre Rios, causando chuvas fortes pelo próximos dias.

 Quanto mais o tempo passa, aumenta a incerteza da produção nas principais regiões produtoras com a elevação de áreas inundadas, doenças e possibilidade do grãos brotar no campo.

Otimismo para o milho

As chuvas também atrasaram a colheita de soja e a disponibilidade de oferta nos portos, atrapalhando o mercado da Argentina, que é o terceiro maior exportador da oleaginosa. Com a queda das exportações, a entrada de moeda estrangeira no país também é prejudicada.

"Cerca de 15% das lavouras de soja estão colhidas. Na Argentina, até a semana passada, o ritmo estava na metade em comparação ao mesmo período do ano passado," disse Terry Reilly, corretor Internacional de Futuros de Chicago.

No entanto, as chuvas ainda não diminuíram as expectativas para a colheita de milho, cuja área de crescimento está centrada um pouco mais a sudeste do que a soja.

A Bolsa de Rosário aumentou em 500 mil toneladas as estimativas para a safra do milho argentino – totalizando 25 milhões de toneladas –, citando rendimentos mais elevados do que o esperado, a partir da colheita precoce.

Porém, poucos resultados até agora mostram rendimento “acima das expectativas iniciais”, disse a Bolsa de Buenos Aires, que estima que 18,8% da colheita foi completada – com avanço de apenas 0,8% na semana, um atraso de 5,8% no ano.

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Por: Larissa Albuquerque e Sandy Quintans
Fonte: Notícias Agrícolas

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