Soja: Mercado caminha de lado em Chicago nesta 5ª feira e segue na espera pelo USDA

Publicado em 06/08/2015 08:06

O mercado internacional da soja caminha de lado nesta manhã de quinta-feira (6) na Bolsa de Chicago. As posições mais negociadas, por volta das 7h50 (horário de Brasília), perdiam entre 0,25 e 3,25 pontos após encerrar a sessão anterior com ganhos de dois dígitos. 

A volatilidade do mercado e essa falta de direção dos negócios, como vêm relatando os analistas e consultores, se dá pelas expectativas para o novo boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que sai na próxima quarta-feira, 12 de agosto. 

Entre todas as projeções, os números indicam uma colheita de soja menor do que o estimado pelo departamento agrícola em seu boletim de julho - 105,73 milhões de toneladas, e o mesmo acontece com a produtividade da oleaginosa, projetada, no mês passado pelo USDA, em 52,17 sacas por hectare. Na tabela abaixo, veja as expectativas de Michael Cordonnier, do site Farm Futures, da INTL FCStone, da Informa Economics e da Doane para a safra 2015/16 de soja e milho dos EUA:

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja: Portos do BR fecham o dia subindo mais de 1%; na CBOT, altas de dois dígitos

 

A quarta-feira (5) se encerra para o mercado da soja com altas de dois dígitos na Bolsa de Chicago, o dólar próximo dos R$ 3,50 no Brasil e os valores para a oleaginosa praticados nos principais portos do país com altas que passaram de 1%. 

E frente a esse cenário, o Cepea traz sua análise mostrando que, com suas vendas adiantadas e a moeda norte-americana valorizadas, o produtor brasileiro voltou a se retrair. Ainda de acordo com um levantamento feito pelo centro, a comercialização da safra 2015/16 está bem mais adiantada do que as operações da temporada anterior nesse mesmo período. 

Mercado Internacional

Nesta sessão, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago encerraram o dia com ganhos que variaram de 8,50 a 15,75 pontos entre as posições mais negociadas, com o o contrato novembro/15, referência para a safra norte-americana, com US$ 9,53 por bushel. No primeiro contrato - agosto/15 - o dia fechou com US$ 9,91. 

Segundo relataram analistas internacionais, o pregão desta quarta foi movimentado pelas diversas expectativas de consultorias privadas para o boletim que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz no dia 12 de agosto podendo revisar seus números da safra 2015/16 dos país. 

Entre todas as projeções, os números indicam uma colheita de soja menor do que o estimado pelo departamento agrícola em seu boletim de julho - 105,73 milhões de toneladas, e o mesmo acontece com a produtividade da oleaginosa, projetada, no mês passado pelo USDA, em 52,17 sacas por hectare. 

As expectativas trazidas até esta quarta para a safra dos EUA trabalham em um largo intervalo de números que variam entre 100,02 a 104,2 milhões de toneladas e, no caso do rendimento, o esperado oscila entre 49,32 a 51,82 sacas por hectare. 

"Os futuros dos grãos encontram suporte nas estimativas de safras menores de soja e milho nos EUA do que mostravam os últimos números do USDA", afirma Bryce Knorr, analista de mercado e editor do site internacional Farm Futures. 

Na tabela abaixo, veja as expectativas de Michael Cordonnier, do site Farm Futures, da INTL FCStone, da Informa Economics e da Doane para a safra 2015/16 de soja e milho dos EUA:

Paralelamente, segundo explicou o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest, uma retração vendedora nos Estados Unidos, com produtores aguardando por preços mais atrativos, também foi motivo de estímulo à essa subida da commodity em Chicago. Além disso, uma boa demanda interna por farelo de soja - com margens de esmagamento positivas e a indústria aumentando seus basis (prêmios) na compra do derivado - também contribuíram para que as altas se intensificassem.

Mercado Interno

No Brasil, os preços da soja foram beneficiados pelas boas altas registradas na Bolsa de Chicago e por uma nova valorização do dólar frente ao real; a moeda norte-americana, ao longo do dia, passou dos R$ 3,50. Assim, no porto de Rio Grande, a soja disponível subiu 2,05% para R$ 79,80, enquanto a futura chegou a R$ 79,50 por saca e ganho de 0,63%. Em Paranaguá, o produto disponível se manteve nos R$ 78,00 por saca, enquanto o futuro avançou 1,57% para R$ 77,50. 

Ao longo do dia, ainda segundo Araújo, os preços até chegaram a R$ 80,50 em momentos pontuais para pagamentos mais curtos, porém, o dia foi de poucos negócios. "Estima-se que cerca de 25% da safra 2015/16 do Brasil já esteja comercializada, então, o produtor espera uma nova rodada de altas nos preços para realizar novas vendas", explica. 

A demanda interna ainda se mostra aquecida e, como informou o Cepea, essa retração dos vendedores no Brasil pesa na hora em que aquelas indústrias nacionais que ainda não garantiram sua matéria-prima saem às compras. Ao mesmo tempo, as exportações brasileiras seguem muito aquecidas e, apesar do volume embarcado em julho ter ficado ligeiramente abaixo do registrado no mês anterior, o volume superou em mais de 30% o total de julho de 2014. 

Dólar

O dólar, nesta quarta-feira, subiu pelo quinto pregão seguido e, segundo especialistas ouvidos pela agência de notícias Reuters, foi mais uma vez impulsionado, entre outros fatores, pela preocupação dos investidores com o turbulento quadro político e econômico do Brasil e de que forma isso poderia pesar ainda mais sobre "a credibilidade do país". 

Além disso, as expectativas sobre a possibilidade de uma alta da taxa de juros nos Estados Unidos também pesou sobre o andamento da divisa, que fechou o dia com R$ 3,4890 e alta de 0,72%. 

Leia mais sobre o dólar:

>> Dólar sobe pela 5ª sessão seguida e encosta em R$3,50, com tensões políticas e econômicas

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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