Soja: Preço para safra nova bate em R$ 77,50 em Rio Grande com alta do dólar nesta 6ª feira

Publicado em 17/07/2015 11:46

O mercado internacional da soja segue operando em baixa na sessão desta sexta-feira (17) na Bolsa de Chicago. Depois de atuar bem próxima da estabilidade, a oleaginosa ampliou ligeiramente o recuo e, por volta das 11h (horário de Brasília), perdia mais de 7 pontos entre os principais vencimentos. 

"Os futuros dos grãos testam novas baixas hoje com uma sessão mais tranquila e depois de uma semana volátil no mercado internacional. Enquanto os ânimos no mercado financeiro se mostram mais calmos nesses últimos dias, há, de outro lado, as incertezas sobre o potencial produtivo da safra americana e de outras regiões produtoras ao redor do mundo que também sofrem com adversidades climáticas", afirma Bryce Knorr, analista de mercado do site internacional Farm Futures. 

No Brasil, a alta do dólar nesta sexta-feira está influenciando de forma positiva as cotações nos portos e, por volta de 12h10 (Brasília), a soja da safra nova batia em R$ 77,50 por saca, melhor preço da temporada por hora, registrando um ganho de 1,97% em relação ao fechamento de ontem. Já a soja disponível no terminal gaúcho subia 2,01% a R$ 76,00. 

Por volta de 12h20, a moeda norte-americana era vendida a R$ 3,1978, com alta de 1,25%. Segundo especialistas, o avanço da divisa é uma reação às turbulências políticas, principalmente, que tem sido registradas nesta semana no Brasil e explodiram nesta sexta com o rompimento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, com o governo de Dilma Rousseff após ter sido acusado de receber R$ 5 milhões em propina. 

O mercado também avalia o resultado da chamada "prévia do PIB", divulgada mais cedo pelo Banco Central, que indica que a economia brasileira ficou estagnada em maio, como informou o  G1. "Nos campos externo e interno, o dia é de alta do dólar", disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira ao portal.

Knorr explica ainda que, pelos próximos dias, os traders devem continuar comentando uma onda de calor que chega aos Estados Unidos, porém, enquanto isso algumas novas frentes se formam, como mostram os mapas meteorológicos divulgados hoje pelo NOAA para os próximos sete dias, o que ainda deve manter o Meio-Oeste americano muito úmido na próxima semana. 

Assim sendo, a perspectiva é até que novas informações concretas cheguem ao mercado, os negócios devem manter essa falta de direção. 

"Há uma assimetria da informação (...) Estamos no meio de um mercado de clima, informações de consultorias privadas com uma avaliação mais específica ou a volta das chuvas fortes são fatores que podem influenciar. Então, os preços ainda vão ficar neste sobe e desce, mas acredito que o mercado pode voltar para a casa dos US$ 10,30 rapidamente", acredita o consultor Fernando Pimentel, da Agrosecurity. 

O consultor explica ainda que a questão financeira continua sendo acompanhada, no entanto, já assume um peso menor. "O elemento Grécia - que tinha uma instabilidade está 'adiado', e não temos grandes elementos para influenciar a questão cambial. Há também a questão da China e as discussões sobre uma bolha no mercado acionário", explica. "Até que se tenha uma notícia mais acertiva, o mercado vai ficar nesse compasso, de US$ 10 para baixo, de US$ 10 para cima", completa. 

No entanto, Pimentel afirma ainda que, entre os especuladores, nessas baixas pontuais que levam os preços a se aproximarem de seus suportes e do patamar dos US$ 10,00 por bushel, os fundos podem voltar à ponta compradora do mercado e levar as cotações à novas altas. "Acredito que o mercado esteja limitado para grandes quedas. Esse é um movimento de mercado especulativo, de gráficos, e fica nesse sobe e desce", diz. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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