Soja: Mercado segue recuperação e tem altas de dois dígitos nesta 5ª feira na CBOT

Publicado em 09/07/2015 07:57

Nesta manhã de quinta-feira (9), os futuros da soja voltaram a subir com força na Bolsa de Chicago. Por volta das 7h40 (horário de Brasília), as posições mais negociadas nesse momento subiam entre 10 e 15 pontos, com as cotações de volta ao patamar dos US$ 10,00 por bushel. 

Segundo informações do noticiário internacional, o clima adverso com chuvas mais fortes do que o esperado no Meio-Oeste americano é um dos principais estímulo para o avanço dos preços da commodity. Mais precipitações severas são esperadas para até sexta-feira (10) no Corn Belt e o cenário está sendo observado com preocupação pelos traders. 

E de acordo com analistas ouvidos pelo portal chinês ShanghaiDaily, os fundos voltaram à ponta compradora do mercado diante desse quadro, também favorecendo o avanço das cotações. 

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja da safra nova sobe mais de 1% nos nos portos do Brasil e supera os R$ 76 em Rio Grande

Os preços da soja no mercado brasileiro de portos registrou, nesta quarta-feira (8), um dia de boas altas. Os valores foram favorecidos, principalmente, pelo fechamento positivo das cotações em Chicago e de uma alta do dólar. Assim, em Rio Grande, a soja disponível encerrou o dia com ganho de 2,05% para R$ 74,50, enquanto a futura subiu 2% e ficou com R$ 76,50 por saca. Já em Paranaguá, os valores ficaram em R$ 73,50 e R$ 74,50, com altas respectivas de 1,38% e 0,68%. 

Segundo explicou o consultor de mercado Márcio Genciado, da MGS Rural, esses repiques nos preços da oleaginosa são muito importantes nesses momentos de incerteza e alta volatilidade, uma vez que criam boas oportunidades. Apesar disso, relata ainda que há produtores que "ainda esperam novos repiques de preços compostos pelo valor de Chicago aliado ao prêmio e ao dólar". Em algumas praças no interior do país, como na região norte do Paraná, por exemplo, os preços da soja registraram uma alta de R$ 1,00 por saca. 

Nesta quarta, a moeda norte-americana fechou em R$ 3,2338, registrando o maior patamar desde 27 de março, quando ficou em R$ 3,2405. De olho no nervosismo do mercado financeiro e das notícias que chegam, especialmente, da China e da Grécia, a divisa já acumula um ganho de 4,45% nos últimos quatro pregões, como informa a agência de notícias Reuters, com os investidores buscando a segurança do dólar frente a um quadro turbulento e que inspira cuidados.

Segundo o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest, não só o dólar atual mostra essas boas oportunidades, mas também o câmbio futuro, com valores que se aproximam de R$ 3,50. Assim, já relata ainda que cerca de 20% da safra 2015/16 já estariam comercializados contra 5% da temporada anterior no mesmo período do ano passado. "O produtor está acompanhando de perto o mercado e observado as oportunidades para tomar suas decisões de venda futura. A principal recomendação agora é de que ele tenha bastante cautela", explica. 

Mercado em Chicago

Apesar de distante das máximas do dia e com ganhos bem mais tímidos, o mercado da soja na Bolsa de Chicago fechou em campo positivo, após duas sessões de baixas consecutivas. As posições mais negociadas terminaram os negócios subindo entre 2,50 e 4,75 pontos nos principais vencimentos e o contrato novembro/15, referência para a safra americana, valendo US$ 9,88 por bushel. 

Além de uma tentativa de recuperação depois dessas perdas, o mercado ainda convive com muitas incertezas sobre a nova safra dos Estados Unidos dado o atual comportamento do clima na principal região produtora de grãos no país. Novas previsões divulgadas nesta quarta seguem mostrando chuvas acima da média para essa época do ano em estados chave na produção de soja, como Indiana, Illinois e Missouri. 

De acordo com informações do agrometeorologista e analista de mercado do site internacional DTN, Bryce Anderson, "mais chuvas estressantes e severas são esperadas para porção leste do Meio-Oeste dos EUA. E essas são os principais itens de atenção dos traders nesta quarta-feira". Os mapas a seguir mostram que no período de 8 a 15 de julho, as chuvas nesses estados podem registrar acumulados variando entre 50,8 a 101,6 mm. 

"Essa umidade excessiva é desfavorável para as culturas de verão neste momento, uma vez que promove a incidência de doenças e compromete o bom desenvolvimento das plantas. Enquanto isso, as condições de tempo muito chuvoso prejudicam ainda a colheita do trigo de inverno e do soft", explica o agrometeorologista.

De acordo com as últimas informações do site internacional Farm Futures, os mapas dos próximos sete dias divulgados pelo NOAA - departamento oficial de clima do governo dos EUA - mostra que essas chuvas fortes se estendem do leste do Texas até o vale do rio Ohio, trazendo acumulados de precipitações bastante elevados para áreas que já estão muito úmidas. 

Ainda segundo Marcos Araújo, o comportamento do clima continua sendo o fator mais importante a ser acompanhado nesse momento, uma vez que as condições seguem adversas principalmente na região leste do Corn Belt, local que responde por 30% da produção de soja dos Estados Unidos. E mais adiante, será necessária atenção a agosto, mês determinante para as lavouras americanas de soja. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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