Soja: Mercado em Chicago, nesta 4ª feira, tem dia de "acomodação" após forte ganho, dizem analistas

Publicado em 01/07/2015 13:18

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago intensificam suas baixas na sessão desta quarta-feira (1). Depois de sustentado por números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta terça (30) e de altas superiores a 50 pontos, o mercado passa por um movimento de realização de lucros e, por volta de 12h40 (horário de Brasília), as cotações dos principais vencimentos perdiam mais de 10 pontos, com o novembro/15, referência para a safra americana, valendo US$ 10,23 por bushel. 

Esse movimento já vinha sendo sinalizado pelos analistas, uma vez que o avanço das cotações na sessão anterior foi rápido e intenso. No entanto, ainda de acordo com analistas - nacionais e internacionais - os fundamentos para as cotações ainda são positivos, principalmente os climáticos com a continuidade das chuvas no Meio-Oeste americano. Além disso, o USDA trouxe ainda área de plantio para a soja e estoques trimestrais em 1º de junho menores do que as estimativas do mercado. 

O desenvolvimento dos negócios, entretanto, irá depender ainda do comportamento climático nos Estados Unidos, bem como as notícias que seguem chegando sobre a demanda, o posicionamento dos fundos e os desdobramentos do mercado financeiro. 

Para Carlos Cogo, consultor da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, "o mercado se afastou, definitivamente, da linha dos US$ 8,00 e US$ 9,00 por bushel, se aproximou muito mais da linha dos US$ 10,00, porém, ainda sem sustentação, a medida em que há a probabilidade da normalização do desenvolvimento da safra americana de soja e os preços se acomodarem em patamares mais baixos, além da necessidade de se conhecer o real tamanho da área americana".

O mercado está, portanto, buscando "se encontrar", como explica o analista de mercado Flávio França, da França Junior Consultoria.  "Mas, entendo que os números de estoques de soja e milho efetivamente trouxeram os preços a um novo patamar. Tudo agora depende das notícias do clima, mas acho que, dificilmente, os preços devem cair de novo para os níveis mínimos que tivemos há algumas semanas", completou. 

O analista afirma ainda que, como é típico do mercado climático, é necessário que as previsões continuem a ser acompanhadas e, para que novas e fortes altas cheguem ao mercado, será preciso mais informação de adversidades e, consequentemente, de perdas efetivas e da consolidação da área de plantio da safra 2015/16. "Esse é um momento de reacomodação do mercado, mas os preços de soja, milho e trigo encontraram um novo patamar no mercado internacional", diz França. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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