Soja: Dólar mais fraco e clima úmido nos EUA favorecem ganhos na CBOT

Publicado em 02/06/2015 08:03

Ao longo da sessão desta terça-feira (2), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) ampliaram os ganhos. As principais posições da commodity exibiam ganhos entre entre 9,75 e 10,50 pontos, por volta das 11h18 (horário de Brasília). O vencimento novembro/15 era cotado a US$ 9,11 por bushel, com ganho de 10,25 pontos. 

Segundo informações de agências internacionais, a queda do dólar dá suporte aos futuros da oleaginosa, assim como, a previsão de clima mais úmido no Corn Belt nos EUA. Nesse momento, o real se valoriza frente à moeda norte-americana tem suporte no acordo final entre a Grécia e as instituições credoras que permitirá ao país resgatar a parcela de ajuda financeira. 

O plantio da oleaginosa evoluiu, em uma semana, de 61% para 71% da área, de acordo com informações do boletim semanal de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), e ficou dentro das expectativas dos traders, que apostavam em algo até 80%. 

O reporte mostrou ainda que 49% das lavouras de soja já emergiram, contra 32% da semana passada, 45% da média e 46% do mesmo período de 2014. 

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Soja: Mercado fecha em baixa na CBOT e com preços no patamar dos R$ 68 nos portos do BR

O mercado da soja atuou, nesta segunda-feira (1), com forte volatilidade na Bolsa de Chicago, mas todo o tempo em campo negativo. Assim, os principais vencimentos encerraram o dia com baixas de 4,50 a 8 pontos, e o contrato julho/15 cotado a US$ 9,26 por bushel, e o novembro/15, referência para a safra americana, a US$ 9,01. Ao longo do dia, o novembro chegou a operar abaixo dos US$ 9 e registrou uma mínima no dia de US$ 8,96. 

No Brasil, enquanto isso, as cotações não apresentaram uma direção comum. O mercado, além das baixas registradas em Chicago, recebeu ainda uma sessão de ligeira baixa do dólar frente ao real. Apesar disso, a moeda americana fechou, novamente, acima dos R$ 3,15 e, com isso, manteve os preços da oleaginosa nos portos ainda na casa dos R$ 68,00 por saca. 

Em Paranaguá, o valor registrou, nesta segunda, um ganho de 0,74% e passou a R$ 68,50 para a soja disponível, enquanto manteve os R$ 72,00 para o produto da safra nova. Já no porto de Rio Grande, o preço da soja da temporada 2014/15 caiu mais de 1%, fechando o dia em R$ 68,50, enquanto para a temporada 2015/16 a referência ficou em R$ 73,80/saca. 

Segundo explicou o consultor de mercado da MGS Rural, Márcio Genciano, o mês de junho será determinante para os negócios da soja no Brasil  e a orientação é de que o produtor aproveite os picos de preços para negociar o que ainda resta da safra velha. De acordo com o levantamento de analistas e consultores, há ainda, aproximadamente, 30% da temporada 2014/15 para serem comercializados. 

"O cenário para o mercado da soja vai exigir uma cautela ainda maior por parte dos produtores. A liquidez vem por parte da valorização cambial, no entanto, é bom ficar de olho nos prêmios - que podes ser o grande vilão em uma eventual confirmação de safra dentro da normalidade nos EUA. O mês de junho pode trazer boas oportunidades de negócios, mas o "boom" do mercado já ficou para trás", acredita Genciano. 

O consultor afirma ainda que, para a soja da safra nova, melhores oportunidades de negócios poderiam vir mais adiante. Já para Mársio Ribeiro, analista da Cerrado Corretora, os atuais preços sendo praticados na casa dos R$ 70,00 nos portos para o produto da temporada 2015/16 poderia permitir ao produtor vendas de 30 a 40% de sua safra. 

Bolsa de Chicago

Na sessão desta segunda-feira, na Bolsa de Chicago, os futuros da soja fecharam em queda e a maior pressão veio das expectativas de uma boa safra nos Estados Unidos. Os trabalhos de campo acontecem dentro da normalidade e as condições climáticas ainda mantêm-se favoráveis. 

Os negócios voltaram-se à espera pelas novas informações sobre a safra dos Estados Unidos que serão reportadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu novo boletim de acompanhamento de safras a ser reportado hoje após o fechamento do pregão. E a expectativas dos analistas é de que o plantio da soja venha concluído em algo entre 75 e 80% da área.

"A não ser que haja uma mudança substancial nas próximas semanas (no clima dos EUA), a tendência é de baixa no mercado americano, até porque já percebemos que possa haver um deslocamento dos compradores para a América do Sul, tanto para o Brasil quanto para a Argentina, e isso também deve fazer com que os preços permaneçam em queda nos EUA", acredita Ribeiro. 

Paralelamente, ainda nesta segunda, os traders trabalham também com os números trazidos pelo USDA sobre os embarques semanais dos Estados Unidos, os quais ficaram abaixo das expectativas do mercado. O volume, na semana que terminou em 28 de maio, ficou em 73,19 mil toneladas, enquanto as projeções variavam de 140 mil a 270 mil toneladas. E, na semana anterior, o total foi de 302,193 mil. 

No entanto, o departamento americano mostrou ainda que, no acumulado do ano comercial, os embarques norte-americanos já chegam a 46.955,179 milhões de toneladas, contra 42.120,158 milhões do mesmo período da temporada anterior. E a projeção do USDA para as exportações totais da safra é de 48,99 milhões de toneladas. Apesar disso, as vendas já passam de 50 milhões e o ano comercial só se encerra em 31 de agosto. 

Exportações Brasileiras

Em maio, o Brasil exportou um volume recorde de soja que somou 9,34 milhões de toneladas. O total superou o recorde de abril 2014  e resultou em uma receita de US$ 3,6 bilhões no mês. Porém, o valor ficou aquém do registrado no mesmo período do ano passado - US$ 3,87 bi -  devido aos preços mais baixos praticados em 2015. 

"A movimentação nos portos é forte. Está dentro da normalidade, considerando que os volumes são maiores este ano. Em princípio, tenho expectativa bastante positiva para o mês de junho. Possivelmente junho vai ser um mês bastante forte", disse o secretário-geral da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Fabio Trigueirinho à agência de notícias Reuters.

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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