Soja tem baixas e sessão volátil na CBOT, mas estabilidade nos portos do Brasil

Publicado em 20/05/2015 13:07

O mercado internacional da soja segue operando em campo negativo no pregão desta quarta-feira (20) na Bolsa de Chicago. O foco dos traders segue mantido na boa evolução inicial da nova safra norte-americana, pesando, principalmente, sobre as posições mais distantes, já direcionadas pelas informações da nova temporada. Os contratos de milho, trigo e farelo de soja também recuam, enquanto os do óleo registram ligeira alta na CBOT. 

Entre os principais futuros da oleaginosa, as baixas variavam, por volta de 13h (horário de Brasília), entre 5,75 e 6,25 pontos, com o contrato novembro/15 - referência para a safra americana - valendo US$ 9,17 por bushel. Para o contrato julho, o primeiro vencimento entre os mais negociados, vale US$ 9,40. 

No Brasil, base porto, as cotações não apresentam variações muito significativas nesta quarta-feira, uma vez que, as baixas mais intensas registradas em Chicago são compensadas pelo dólar, mesmo em baixa na sessão de hoje, mantendo o patamar dos R$ 3,00 e dos prêmios, que seguem oscilando na casa de 60 a 90 cents de dólar sobre os valores praticados na CBOT nas principais posições de entrega. 

Assim, em Paranaguá, entrega junho/15, a saca da soja era cotada a R$ 66,50, por volta de meio dia (Brasília), enquanto na mesma referência em Rio Grande, o preço era de R$ 67,00. Já a safra nova, entrega maio/16, se mantinha em R$ 72,00 nesta quarta.

"Os futuros da soja estão mais baixos hoje, levando o contrato novembro a registrar uma nova mínima. Enquanto os prêmios (no Golfo do México) continuam fortes e a demanda ainda muito expressiva, as expectativas de uma grande safra (2015/16) e de altos estoques nos EUA pesam sobre as cotações", afirma Bryce Knorr, analista de mercado do site americano Farm Futures, justificando essa diferença mais evidente entre as posições mais próximas e mais distantes. 

Ainda de acordo com Knorr, os números dos embarques e vendas para exportação da safra 2014/15 dos Estados Unidos são os dados que refletem essa presença ainda latente da demanda, além "do potencial de estoques mais baixos da safra velha dos Estados Unidos". Complementando as informações, o Farm Futures informa ainda que os preços da soja na Bolsa de Dalian, uma das principais da China, fecharam a sessão desta quarta-feira com mais de 20 cents de alta e preço de US$ 18,83 por bushel. 

E essa pressão exercida pelo significativo avanço do plantio nos EUA - que estava em 45% da área até o último domingo - no mercado futuro americano deve ser, como explica Flávio França Junior, analista de mercado da França Junior Consultoria, acompanhada constantemente, uma vez que há ainda é necessária a consolidação e confirmação dessa grande safra no país  nos próximos meses. 

E são os números da demanda, ainda de acordo com o analista, que, apesar de não estarem mais no foco central dos traders, poderia trazer algum fôlego às cotações da soja praticadas na Bolsa de Chicago. "Teremos ainda espaço para algum suporte nos preços da soja, principalmente nos contratos de safra velha - julho e agosto-, via demanda, principalmente pelo consumo norte-americano. E esse spread entre o julho e o novembro já começou a ficar mais evidente", explica França.

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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