Soja: Mercado amplia baixas na Bolsa de Chicago com pressão do dólar e clima nos EUA
O mercado internacional da soja vem ampliando suas perdas na Bolsa de Chicago na sessão desta terça-feira (19). Depois de apresentar um recuo mais limitado, as principais posições perdiam, por volta de 12h20 (horário de Brasília), baixas entre 8 e 9,25 pontos, com o contrato novembro/15, referência para a safra norte-americana, já abaixo dos US$ 9,30 por bushel.
Além dos números do plantio norte-americano divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta segunda-feira (18) terem mostrado um bom progresso dos trabalhos de campo no país, com 45% da área já semeada, o mercado futuro americano reflete ainda um dólar mais alto no cenário internacional pesando sobre as cotações em Chicago.
"O clima favorável nos Estados Unidos favorece o plantio e tem feito muitos fundos deixarem o mercado internacional de grãos hoje. Além disso, temos ainda um dólar mais alto, que também é um fator negativo para os preços", explica Steve Cachia, consultor de mercado da Cerealpar.
O índice de plantio nos EUA, até o último domingo, ficou dentro das expectativas do mercado, as quais variavam de 45 a 50%, porém, superou os números do mesmo período da safra anterior, de 31%, e ainda a média dos últimos cinco anos, de 36%. E as previsões climáticas seguem indicando um cenário ainda favorável para os trabalhos de campo, o que também poderia seguir pressionando, segundo analistas, o andamento dos preços.
Entretanto, para Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, as baixas que vêm sendo registradas em Chicago se dão frente ao comportamento do produtor norte-americano, que controla e limita suas vendas diante dos valores menores que são praticados atualmente, esperando por patamares em que seu rendimento não seja comprometido.
Nos EUA, estamos vendo que o produtor não está vendendo nesses patamares de US$ 9,30 que tem girado em Chicago para o novembro/15. Para ele ter margem, ele alegar que teria que vender na faixa de US$ 10,00 e mais os prêmios (no Golfo do México), que estão entre 60 e 90 cents de dólar. Para eles comercializarem e terem alguma margem, precisariam de preços entre US$ 10,50 e US$ 11,00 com os prêmios no Golfo", afirm a Brandalizze.
Além disso, o mercado atua ainda, nas posições mais próximas, com informações positivas da safra 2014/15, principalmente vindas do quadro da demanda, vide os prêmios que seguem positivos no Brasil e no Golfo do México, que é o principal canal de escoamento da soja norte-americana.
Hoje, o USDA anunciou uma nova venda de soja dos EUA para a China na casa de 132 mil toneladas da safra 2014/15.