Soja: Mercado ainda mantém pregão tranquilo nesta 6ª na CBOT e espera novidades

Publicado em 08/05/2015 13:15

Nesta sexta-feira (8), o mercado da soja na Bolsa de Chicago opera com oscilações modestas. O andamento dos negócios, depois de um início de semana bastante agitado, adotou um tom mais calmo neste último pregão e assim, por volta de 12h20 (horário de Brasília), as cotações perdiam entre 1,25 e 3,50 pontos nos principais vencimentos. O contrato julho/15, o mais negociado agora, era cotado a US$ 9,75 por bushel.

Segundo explicou a analista Andrea Sousa, da Labhoro Corretora, o mercado encerra a semana de olho nas informações vindas do quadro financeiro, principalmente os indicativos da economia norte-americana. E uma dessas informações refere-se ao mercado de trabalho e a criação de novas vagas, a qual sinalizou um novo fôlego para o país. 

De acordo com informações do Valor Econômico, a economia dos EUA criou 223 mil postos de trabalho, número que ficou próximo da expectativas do mercado - de 230 a 240 mil - e a taxa de desemprego caiu de 5,5% para 5,4% em abril, registrando o menor nível desde maio de 2008. 

"Todo o lado macro tem influenciado muito o mercado, eu acredito que até mesmo mais do que o mercado climático", diz Andrea. "O mercado quer interpretar os números antes de qualquer movimento, e esse é o nosso mercado, o financeiro, especulativo, e as commodities agrícolas, os grãos, estão muito próximos disso". 

Além disso e depois de receber boas notícias também sobre a demanda internacional, o mercado futuro americana trabalha diante das expectativas sobre a nova safra dos Estados Unidos e de que forma o impacto do comportamento do clima no país impacta sobre o desenvolvimento dos trabalhos de campo. E a perspectiva da analista da Labhoro é de que no próximo reporte de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) a área do plantio apresente um novo bom avanço e que o índice fique entre 20 e 22%. 

"Nesta manhã de sexta-feira, os mapas estão mostrando um diminuição das chuvas nos próximos 8 dias para o Meio-Oeste, Delta e alguns estados do sul. Estavam previstas chuvas de até 100mm, mas os mapas hoje já estão mostrando que as chuvas serão de 40mm a 45mm dependendo da localidade", afirma Andrea. 

"E essa diminuição das chuvas vai permitir a continuidade dos trabalhos de plantio", ainda segundo explica a analista, porém, esse quadro poderia ainda, caso se extenda, comprometer o bom desenvolvimento das plantas e causar algum alerta no mercado. Mas, ainda é prematuro dizer como os negócios irão se comportar frente a essas informações. 

Além desses fatores, há ainda as expectativas dos traders pelo novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA traz na próxima terça-feira, 12 de maio, o que pode gerar muitas especulações entre os negócios em Chicago. E as principais perspectivas indicam para uma redução nos estoques finais norte-americanos, bem como uma elevação nas estimativas para as exportações de soja dos EUA na safra 2014/15. 

"Temos um ritmo das vendas semanais que já ultrapassaram a marca que o USDA trabalha, então, ou começamos a verificar cancelamentos intermináveis - no que eu, particularmente não acredito - ou veremos o USDA ajustando essa projeção. E com esse ajuste, obviamente veremos uma redução nos estoques", acredita Andrea. "Porém, a Labhoro não defende qualquer linha altista (...) Qualquer ajuste nesse número, em se considerando uma safra grande com condições normais, teríamos estoques ainda muito saudáveis lá na frente. Então, há de se ter um cuidado ao se falar de estoques", completa. 

No link abaixo, confira a íntegra da entrevista de Andrea Sousa Cordeiro:

>> Soja: Mercado acompanha informações do financeiro e trabalha com expectativas sobre a nova safra dos EUA e novo boletim do USDA 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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